COLÔMBIA – INSTITUTOS TENTAM ENCONTRAR DESCULPAS
Os institutos de pesquisa da Colômbia tentavam encontrar uma explicação razoável para o que se deu nas urnas ontem. Têm algumas saídas, vamos ver se convincentes. A lei eleitoral do país proíbe a divulgação de pesquisas na última semana do pleito. Entendo! Muita coisa pode mudar nesse tempo. Mas a lei não tem como proibir […]
Os institutos de pesquisa da Colômbia tentavam encontrar uma explicação razoável para o que se deu nas urnas ontem. Têm algumas saídas, vamos ver se convincentes.
A lei eleitoral do país proíbe a divulgação de pesquisas na última semana do pleito. Entendo! Muita coisa pode mudar nesse tempo. Mas a lei não tem como proibir que se faça o levantamento. E, convenham, sempre se dá um jeito de divulgar os números quando eles existem.
Ontem, na Folha, Jorge Londoño, diretor do instituto de pesquisas colombiano Invamer-Gallup, publicou um artigo em que dizia que os ventos eram, sim, favoráveis a Santos, candidato de Álvaro Uribe. Já não estava mais com o cenário de empate, da semana passada: falou numa vantagem do candidato de Uribe sobre Antanas Mockus de 10 pontos. Foi de mais de 25!!!
Os institutos também alegam que as pesquisas não puderam medir o impacto dos debates na TV entre Santos e Mockus: dois da Citytv, três da Caracol e três de RCN. O primeiro teria dado um banho no segundo. Huuummm… Pode ser. O que chama a atenção, no entanto, não é o erro de prognóstico, mas a sua brutalidade!!! Essas explicações fariam sentido para uma diferença menor. Nessa proporção, o melhor mesmo é admitir que algo — mas o quê? — conduziu a erro tão brutal.
Mockus é uma figura esquisita, curiosamente midiática. Em mim, por exemplo, desperta a suspeita de que é meio maluco. Mas não sou colombiano, não estou lá. Dizem que foi um bom prefeito, ainda que um tanto heterodoxo. Surgiu no cenário como a grande novidade, inclusive como fiel depositário do discurso ético. Parece que era um fenômeno mais de mídia do que propriamente eleitoral.
A imprensa “progressista” mundo afora, inclusive a nossa, já vibrava com a possibilidade da derrota do candidato de Uribe, um presidente conservador e bem-sucedido na América Latina, o que parece insuportável.
Vamos ver. Santos ainda não ganhou, mas é evidente que as chances de Mockus se reduziram drasticamente. Até porque, em tese ao menos, ele está mais propenso a cometer erros agora. Ontem, já saiu acusando o adversário de ter apostado no “vale-tudo”. Se a sua retórica, até havia pouco bastante mansa, se tornar mais dura contra o candidato de Uribe, a tendência é que sua candidatura naufrague.
Para o bem da Colômbia.