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Reinaldo Azevedo

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Coisas que você nunca viu: cabeça de bacalhau, enterro de anão e antropólogo da Funai que faz laudo

Na conversa que manteve nesta segunda com dom Leonardo Steiner, secretário-geral da CNBB, a ministra Gleisi Hoffmann disse que os laudos antropológicos da Funai serão levados em conta e coisa e tal: “A Funai tem, claro, a sua palavra no laudo antropológico, que não vai ser desconsiderada de maneira nenhuma”! Tenho a certeza de que […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 06h06 - Publicado em 4 jun 2013, 05h35
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  • Na conversa que manteve nesta segunda com dom Leonardo Steiner, secretário-geral da CNBB, a ministra Gleisi Hoffmann disse que os laudos antropológicos da Funai serão levados em conta e coisa e tal: “A Funai tem, claro, a sua palavra no laudo antropológico, que não vai ser desconsiderada de maneira nenhuma”!

    Tenho a certeza de que não, mas deveria. Gleisi sabe muito bem que a Fundação apresentou laudos sobre a presença indígena ancestral em 15 áreas do Paraná. E era tudo mentirinha! A Embrapa realizou estudos técnicos a respeito e descobriu a fraude.

    Desafio
    Alguém já viu cabeça de bacalhau, enterro de anão ou esquerdista rejeitar um emprego público? Nunca! E também nunca viu antropólogo da Funai e seus critérios científicos para definir o que é e o que não é área indígena.
    – Quem é essa gente?
    – Onde está?
    – Quais são as referências histórias, as evidências, a bibliografia, o trabalho de campo?
    – Que método é empregado?
    – Qual é o tamanho da equipe?
    – O trabalho é submetido a alguma supervisão?
    – O trabalho é submetido, como se deve fazer no estudo acadêmico (porque é disso que se trata), ao juízo dos pares?
    – Os antropólogos são funcionários da Funai ou são contratados?
    – No caso de contrato, como é feita a escolha?

    Ninguém sabe nada! Esses seres misteriosos — os antropólogos da Funai!!! — detêm um poder discricionário a ninguém mais conferido. Se, amanhã, decidirem que a Avenida Paulista deve ser entregue o Cacique Touro Folgado, abre-se, digamos, um procedimento e pronto! A área passa a ser “de interesse dos índios”.

    A gente não precisa ver cabeça de bacalhau.
    O enterro do anão só é da conta de seus familiares e amigos.
    Mas a gente precisa, sim, saber como são contratados os “laudos antropológicos” da Funai e quem, afinal de contas, são esses antropólogos.

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