Os presidentes americanos deveriam tomar cuidado com seus gestos simbólicos no mundo muçulmano. Vejam esta foto.
Foi tirada no dia 31 de dezembro de 1977, durante a visita do então presidente Jimmy Carter ao xá Reza Pahlev, que governava o Irã. Eles comemoravam o ano novo no Palácio Niavaran, em Teerã. O governo americano já havia feito uma série de pressões contra seu aliado em favor da liberalização do regime, acusado, o que era fato, de violar os direitos humanos — perto do regime dos aiatolás, era uma disneylândia. Uma das ações de Pahlev foi promover uma reforma agrária, o que deixou os aiatolás furibundos. O mundo não é mesmo curioso? Pois é… Carter, nessa visita, saudou o Irã como uma “ilha de tranqüilidade” numa região conturbada. Exatos dois anos depois, em janeiro de 1979, Pahlev teve de deixar o país, tangido pela Revolução islâmica. “Ilha de tranqüilidade”… Carter sempre foi muito oportuno…
Agora vejam esta outra foto.
Em junho de 2009, Barack Obama visita ao Egito, onde faz o seu grande pronunciamento ao mundo islâmico. Afirmou então: “Enquanto nossas relações forem definidas por nossas divergências, daremos o poder aos que espalham o ódio antes da paz, aos que promovem o conflito ao invés da cooperação. Este ciclo de desconfiança e de discórdia deve terminar”.
Pouco mais de um ano e meio depois, Mubarak só depende da coesão do Exército para ficar no poder, e a Irmandade Muçulmana bate às portas do palácio. “Conflito, em vez de cooperação…”