O empresário José Carlos Bumlai, amigão de Lula, e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares participaram, no começo da tarde de hoje, de uma acareação diante do juiz Sergio Moro, em Curitiba. O ponto de divergência entre os dois gira em torno da história do empréstimo fraudulento de 12 milhões de reais tomado por Bumlai ao Banco Schahin. Em depoimento ao juiz Sergio Moro, Bumlai revelou que os 12 milhões que ele tomou emprestado eram, na verdade, para o PT, e que o pedido para a liberação dos recursos partiu do então tesoureiro da legenda Delúbio Soares. Delúbio nega as acusações.
Em 2004, Bumlai obteve esse empréstimo de 12 milhões com o Banco Schahin. Desse total, ele disse ter repassado 6 milhões de reais para o empresário Ronan Maria Pinto, que, segundo a Lava Jato, detinha informações comprometedoras sobre o PT e a morte do ex-prefeito Celso Daniel. Anos mais tarde, a diretoria Internacional da Petrobras, sob o comando de Nestor Cerveró, aceitou contratar a Schahin Engenharia por US$ 1,6 bilhão para a operação de um navio-sonda, o Vitoria 10.000. Suspeita-se que o contrato seria uma forma de o PT retribuir ao grupo Schahin pelo empréstimo.