Bobagens como nunca antes na história do jornalismo
Lula se transformou num mito vivo, não é? Toda mitologia se sustenta, por óbvio, na irracionalidade. No caso do petista, muitas forças concorreram pra isso: setores da imprensa, esquerdistas da academia, marxistas da Igreja, sindicalismo e, junto com eles todos, os oportunistas. Notem: até os intelectuais, que costumam dissecar e descrever os mitos, entraram na […]
Lula se transformou num mito vivo, não é? Toda mitologia se sustenta, por óbvio, na irracionalidade. No caso do petista, muitas forças concorreram pra isso: setores da imprensa, esquerdistas da academia, marxistas da Igreja, sindicalismo e, junto com eles todos, os oportunistas. Notem: até os intelectuais, que costumam dissecar e descrever os mitos, entraram na festa. Resultado: muitos para adorar; poucos para pensar.
Quando um evento traumático, como é o câncer, colhe uma personalidade assim, a possibilidade de se falar e escrever porcaria é gigantesca. Leio jornais todos os dias desde que comecei a trabalhar para ganhar a vida, aos 15 anos. E eu posso lhes assegurar: Raramente se produziram tantas asnices como nestes dois dias. E não adianta tentar jogar a conta nas costas largas da Internet, não. Alguns supostos medalhões do jornalismo impresso expõem de maneira insofismável o declínio intelectual da profissão.
Voltarei ao assunto naquele textão da madrugada. Mas é, com efeito, chocante. Alguns idiotas, tentando demonstrar que não se deixam tocar pela emoção, só reforçam a dimensão mitológica de Lula; outros, tentando lhe puxar o saco, não se dão conta da crueldade.
É um tempo de perda de parâmetros. O articulista, com receio das muitas patrulhas, mais se ocupa em administrar a própria opinião do que o que em dizer o que pensa.