Hillary e o “smart power”. Tudo sob C.O.N.T.R.O.L.E
A futura secretária de estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, falou ontem ao Senado. Mundo afora, anuncia-se a nova política externa americana, que seria pautada agora pelo “smart power” — o “pode inteligente”. Huuummm… Ri um pouquinho lembrando do seriado Get Smart (Agente 86) e da impagável personagem vivida por Don Adams, Maxuell Smart… Hillary promete que tudo ficará sob C.O.N.T.R.O.L.E…
“O presidente eleito e eu acreditamos que a política externa deve ser baseada num casamento de princípios e pragmatismo, e não em rígida ideologia; em fato e evidência, e não em emoção e preconceito (…). O poder inteligente requer que busquemos tanto nossos amigos quanto nossos adversários, para fortalecer velhas alianças e forjar novas.”
Ok. Parece bom, né? Vamos ver como funciona na prática. Lembremos que os atentados de 11 de Setembro de 2001 foram planejados durante a gestão do bom, generoso e nada isolacionista Bill… A futura secretária descartou, por exemplo, diálogo com o Hamas enquanto ele não reconhecer o estado de Israel e não renunciar à violência. Parece sensato. E idêntico ao que faz o governo Bush. E quanto ao Irã, que é justamente um dos financiadores do terrorismo palestino? Segundo Hillary, o governo Obama não descarta nenhuma opção — e isso quer dizer a guerra também —, mas pretende uma abordagem nova, já que o que se fez até agora “não funcionou”.
Pois é… E foi nesse ponto que concluí que pouca coisa vai mudar. Até porque, convenham, Bush driblou o problema iraniano e acabou sendo leniente com os aiatolás, deixando, visivelmente, o problema para o seu sucessor. EUA e Europa tentaram todas as mediações ao alcance da diplomacia para brecar o programa nuclear iraniano e deram com os burros n’água. Há gente séria que afirma que os aiatolás estão a três anos da bomba. Obama vai conseguir desarmá-la? Se ele não o fizer, Israel o fará.
Pois é… Tudo como hoje, com a provável exceção da relação com o Irã, que cobrará uma reação mais enérgica de Obama do que a que teve Bush. Tudo bem se pouca coisa mudar, né? Sabemos que os democratas podem fazer tudo o que um republicano faz e, às vezes, com mais dureza. Mas querem alguns que, ao menos, têm dor no coração…
Ah, bom…