Até reconstruir estação, governo deve usar navio como base na Antártida
Por Eduardo Bresciani, no Estadão: O ministro da Ciência e Tecnologia, Marco Antonio Raupp, afirmou ontem que o governo vai manter o Programa Antártico Brasileiro e deve usar o navio polar Almirante Maximiano como base provisória na Antártida, até que seja reconstruída a Estação Comandante Ferraz, destruída após incêndio na madrugada de sábado. O governo […]
Por Eduardo Bresciani, no Estadão:
O ministro da Ciência e Tecnologia, Marco Antonio Raupp, afirmou ontem que o governo vai manter o Programa Antártico Brasileiro e deve usar o navio polar Almirante Maximiano como base provisória na Antártida, até que seja reconstruída a Estação Comandante Ferraz, destruída após incêndio na madrugada de sábado. O governo prometeu reconstruir a estação, mas fez estimativas conflitantes sobre o prazo – Raupp afirmou que a recuperação levará um ano; Celso Amorim, ministro das Relações Exteriores, previu o dobro de tempo.
Segundo Raupp, algumas das pesquisas desenvolvidas na base não podem ser interrompidas, como as que trabalham com efeitos das mudanças climáticas e das análises de cadeiras alimentares, na área da biologia marinha. Os prejuízos começarão a ser contabilizados hoje. A utilização do navio como base provisória pode garantir a continuidade das pesquisas, ainda que de forma precária. “O Almirante Maximiano é um navio polar que pode ficar pela região”, disse o ministro. “Não sei em quais condições se pode navegar no inverno, mas pode dar um apoio a essas atividades de pesquisa que não devem ser interrompidas até o restabelecimento completo da base”, completou Raupp.
Adquirido pelo governo brasileiro em 2009, o Almirante Maximiano tem cinco laboratórios e hangar para dois helicópteros. O país tem ainda o navio Ary Rogel para pesquisas de menor porte, que está quebrado há quase dois meses, no porto chileno de Punta Arenas. Numa avaliação preliminar da Marinha, um grupo enviado ao local constatou que 70% da estação foi destruída – o prédio principal, onde ficavam os alojamentos e vários laboratórios, foi totalmente queimado.
Salvaram-se do incêndio os refúgios (dois módulos isolados, para casos de emergências, equipados com alimentos, água, agasalhos e cobertores), os laboratórios de meteorologia, química e de estudo da alta atmosfera, além dos tanques de combustíveis e do heliponto. Essas unidades ficavam isoladas da estrutura principal – cada uma foi construída a pelo menos 150 metros da base; uma delas, está a cerca de 1 km. No momento do acidente, 60 pessoas, entre cientistas e militares, estavam na base – dois militares morreram e um ficou ferido.
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