Trabalho de fôlego
A CPI mista do Cachoeira tem sessenta integrantes, entre titulares e suplentes. Como disse à CPI um dos delegados da Polícia Federal, se fosse analisar cuidadosamente apenas os documentos e gravações de grampos reunidos pelas operações Vegas e Monte Carlo, um parlamentar da CPI levaria cerca de dois anos. A leitura, sabe-se, não é o […]
A CPI mista do Cachoeira tem sessenta integrantes, entre titulares e suplentes. Como disse à CPI um dos delegados da Polícia Federal, se fosse analisar cuidadosamente apenas os documentos e gravações de grampos reunidos pelas operações Vegas e Monte Carlo, um parlamentar da CPI levaria cerca de dois anos.
A leitura, sabe-se, não é o forte de muitos parlamentares que integram a comissão. Mesmo que fosse, as atividades do mandato de cada deputado e senador no Congresso e nos estados tornam impraticável a tarefa.
Mesmo assim, a CPI quebrou na semana passada os sigilos fiscal, bancário e telefônico (dos últimos dez anos) de 36 envolvidos no esquema do bicheiro Carlinhos Cachoeira. Graças ao avanço da tecnologia, toda essa papelada deverá ser entregue à comissão em CDs. Já imaginou se fosse impressa?
De todo o modo, a CPI garante que irá analisar todo esse universo de informações e ainda interrogar 51 personagens do caso (sem contar os governadores blindados pelos partidos) convocados na semana passada. Tudo, claro, no período de funcionamento da CPI de prorrogáveis 180 dias. Por ser o relator, o petista Odair Cunha terá de fazer esse trabalho todo sozinho, para elaborar seu parecer ao final das investigações.