Temer celebra decisão do CNJ que afastou juiz da Lava-Jato no RJ
Ex-presidente criticou método de uma ala do Judiciário que 'privilegiava a militância e as ambições pessoais em detrimento da Justiça'
Michel Temer foi às redes sociais celebrar a decisão tomada nesta terça pelo CNJ para afastar de suas funções o juiz Marcelo Bretas, então titular da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro e que foi o magistrado responsável pelos processos da Lava-Jato no Estado.
Segundo Temer, a decisão era esperada e não surpreendeu. O ex-presidente disse que, na qualidade de constitucionalista, entende como correta a medida, que teve como base três reclamações disciplinares sobre suspeitas de condutas irregulares do juiz no curso dos processos na Justiça Federal.
Para Temer, membros da Lava-Jato subverteram a ordem jurídica ao priorizarem “ambições pessoais” em detrimento da letra fria da lei. “A história costuma corrigir as versões quando elas não espelham os fatos. Acima de tudo, o CNJ puniu o método que, até recentemente no Brasil, privilegiava a militância e as ambições pessoais em detrimento da Justiça”, disse Temer.
Bretas comandou processos contra figurões da política do Rio, como os ex-governadores Sérgio Cabral, Luiz Fernando Pezão e Moreira Franco. Em uma investigação contra este último, em março de 2019, o magistrado determinou a prisão também de Temer, no âmbito de um processo sobre suspeitas de desvios de recursos das obras da usina nuclear de Angra 3.
O ex-presidente ficou preso por quatro noites em uma cela da PF no Rio e foi solto por ordem do TRF-2. Em abril de 2021, o ministro do STF Alexandre de Moraes anulou as decisões de Bretas que tornavam Temer e Moreira Franco em réus no bojo de uma ação derivada das apurações de 2019 da Lava-Jato. Moraes entendeu que a Justiça Federal no Rio não tinha competência para tocar o processo.