Na sessão do TCU desta quarta, o ministro Bruno Dantas sugeriu e o tribunal aprovou a proposta de envio aos órgãos de controle (CGU, MPF e Polícia Federal) de indícios colhidos pelos técnicos do tribunal sobre um potencial crime envolvendo autoridades do governo de Jair Bolsonaro.
No caso em questão, Salim Mattar, ex-secretário de Desestatização do governo, teria, segundo Dantas, vazado informações privilegiadas do processo de privatização da CeasaMinas a empresários mineiros.
“Há uma informação nos autos que consideramos bastante grave. Uma suspeita de que, após a visita do então secretário especial de Desestatização, Salim Mattar, à localidade, um grupo de empresários teria tido acesso privilegiado à minuta do edital. Há outros elementos no autos. Se eles se confirmarem, o Código Penal capitula a conduta como crime e certamente o desfecho proposto pela unidade instrutora, é de informar que o TCU não teria condições de fazer essa investigação, mas certamente a Polícia Federal terá totais condições”, diz Dantas.
ATUALIZAÇÃO, 17H27 — Salim Mattar enviou ao Radar o seguinte registro sobre o tema: “O empresário Salim Mattar enquanto Secretário Especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia nunca compareceu ao Ceasaminas e isso pode ser comprovado pelas agendas públicas disponibilizadas pelo Ministério da Economia. Ele ficou à frente da Secretaria entre janeiro de 2019 a agosto de 2020”.