Sob o risco de o atrito palaciano levado a público por Arthur Lira ter impacto negativo sobre o resultado da sessão do Congresso anunciada por Rodrigo Pacheco, o governo Lula conseguiu adiar a votação de vetos que seria nesta quinta-feira para 24 de abril.
Entre os vetos mais sensíveis para o Palácio do Planalto estão aqueles aos projetos da LDO e do Orçamento de 2024, incluindo, principalmente, a canetada de Lula que barrou 5,6 bilhões de reais em emendas parlamentares.
Em outras áreas, há também os vetos parciais aos projetos da “saidinha” de detentos, da regulamentação das apostas esportivas e da flexibilização da rotulagem de agrotóxicos.
O clima para o governo Lula na Câmara já foi melhor — para dizer o mínimo. Depois de o presidente da Casa chamar Alexandre Padilha de “desafeto pessoal” e “incompetente”, Lula afirmou nesta semana, sem citar Lira, que, “só de teimosia” manteria o ministro das Relações Institucionais por “muito tempo” no cargo.
O temor, portanto, é que Arthur Lira instrumentalize a sessão de vetos para retaliar o Planalto, articulando a derrubada de decisões consideradas cruciais pelo governo Lula, especialmente pelo Ministério da Fazenda.