Uma ilustre desconhecida para a maioria do eleitorado brasileiro, a senadora Simone Tebet aproveitou bem os 40 minutos de entrevista no JN. Falou mais de uma vez sobre sua história de vida e os cargos que ocupou na política. Citou projetos que relatou e aprovou no Congresso, falou de sua gestão como prefeita e tratou de diferentes temas importantes para a maioria dos brasileiros: a fome, a segurança pública, educação, igualdade, geração de emprego e renda, moradia…
Simone foi apertada por Bonner e Renata Vasconcelos durante toda a entrevista. As perguntas buscavam algum buraco na imagem de política competente que a senadora apresentou ao abrir a entrevista. Simone conseguiu esquivar-se de boa parte das questões. Não foi tão clara em algumas respostas, como quando falou na “puxada de tapete” no MDB. O leitor atento ao noticiário pode ter compreendido, mas muitos telespectadores com certeza não entenderam a fala.
Para quem precisa crescer e virar opção à polarização entre Lula e Jair Bolsonaro, a senadora bateu pouco no presidente e no petista. Fez a opção de gastar o tempo para se apresentar ao povo e mostrar propostas, pensamentos. Não foi uma opção ruim, claro, mas também não capturou a atenção de quem estava no sofá esperando por falas fortes e críticas ao passado petista e o presente bolsonarista.
Simone teve papel importante na CPI da Pandemia. Não levou ao JN nenhuma fala sobre a roubalheira que ela ajudou a descobrir na comissão. Também não falou da CPI do MEC, que os colegas dela de Senado ajudaram a enterrar para preservar pastores evangélicos. A senadora começou a entrevista nervosa, mas saiu-se bem de quase todas as perguntas difíceis que surgiram. Falou claramente e mostrou simpatia. Mostrou preparo técnico e conhecimento de propostas. Não emocionou, mas conseguiu se apresentar bem ao público.