Sergio Moro segue sem articulação política no Rio de Janeiro
Podemos liberou o partido nos estados para alianças locais; cacique diz que legenda estará com Castro até o fim do mandato
Sergio Moro continua sem articulação política no Rio de Janeiro. Um cacique do Podemos no estado contou ao Radar que não há qualquer intenção na legenda de deixar a base do governador Cláudio Castro (PL), que, em sua tentativa de reeleição neste ano, pedirá votos para o presidenciável do seu partido, Jair Bolsonaro.
Com o arranjo atual, periga de Moro ficar sem uma figura de expressão para pedir votos no terceiro maior colégio eleitoral do país. “O Podemos ficará com o governo Castro até o último dia do mandato”, disse esse cacique, que lembrou que o comando nacional do partido liberou os estados para alianças locais.
Atualmente, o Podemos tem um secretário no executivo do Rio, dois deputados estaduais e nenhum deputado federal. Um dos deputados, o ex-jogador da seleção Bebeto, eleito em 2018 com cerca de 26.000 votos, está de malas prontas para o PSD de Eduardo Paes.
Em dezembro do ano passado, Moro esteve no Rio, mas não chegou a sentar, por exemplo, com autoridades, políticos com mandato, campeões de votos ou lideranças religiosas.
Na ocasião, ele se encontrou com o ex-ministro de Bolsonaro, general Santos Cruz, também filiado ao Podemos. Ele se reuniu ainda com a juíza Denise Frossard, que chegou ao segundo turno numa disputa ao governo do Estado do Rio em 2006, mas acabou derrotada por Sérgio Cabral e nunca mais concorreu a um cargo eletivo.
A visita ao Rio também incluiu um encontro com Joaquim Barbosa, cujo o resultado não foi dos melhores para o presidenciável. O ex-ministro do Supremo não posou para fotos e ainda teria dito reservadamente a aliados que via a candidatura de Moro com desconfiança.