A Secom do governo Lula vai publicar às 14h42 desta segunda, em todas as suas contas oficiais nas redes sociais, um direito de resposta a uma postagem feita em 5 de maio de 2020, durante a gestão de Jair Bolsonaro, sobre a visita do tenente-coronel Sebastião Curió Rodrigues de Moura ao então presidente. No post, o militar foi classificado como um dos “heróis do Brasil”, que combateu a “guerrilha comunista no Araguaia”.
O órgão vai cumprir uma decisão judicial e informou que fará com satisfação esta “reparação histórica”.
“Além de desinformar sobre eventos históricos de amplo conhecimento e tratar como honroso o momento mais repulsivo da história recente do país, a postagem que motivou ação judicial, realizada na gestão de Jair Bolsonaro, tratava como ‘herói do Brasil’ o homem que ordenou a prisão, tortura e execução de cidadãos brasileiros que defendiam a democracia durante o regime militar, em especial os que atuaram na guerrilha do Araguaia, na região de Tocantins, Pará e Maranhão. Não é herói. Nada justifica a tortura, a mais covarde das violências”, afirmou a Secom nesta segunda.
Ainda em 2020, familiares das vítimas do militar, que ficou conhecido com Major Curió e morreu em 2022, entraram com uma ação na 8ª Vara Cível Federal de São Paulo contra a União e Sebastião Rodrigues Moura, exigindo na Justiça o direito de resposta.
“A gestão Bolsonaro recorreu e protelou, em vão, ao cumprimento da justa decisão. O Brasil, na celebração de eleições democráticas, escolheu retornar ao respeito às instituições, ao cumprimento da lei e à construção de um país mais justo para todos os brasileiros. Agora, 2023, é tempo de justiça e reparação”, disse a Secretaria de Comunicação Social, que publicará o seguinte desagravo:
“O governo brasileiro, na atuação contra a guerrilha do Araguaia, violou os Direitos Humanos, praticou torturas e homicídios, sendo condenado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos por tais fatos. Um dos participantes destas violações foi o Major Curió e, portanto, nunca poderá ser chamado de herói. A Secom retifica a divulgação ilegal que fez sobre o tema, em respeito ao direito à verdade e à memória”.