Saiba quem é a publicitária que entrou na mira da CPMI do INSS

Depois de o Radar revelar pagamentos somando 5 milhões de reais do Careca do INSS para Danielle Miranda Fonteles, que trabalhou em campanhas do PT, como a de Dilma Rousseff na eleição presidencial de 2010, a CPMI encarregada de investigar os desvios bilionários de aposentadorias já acumula, até o momento, três pedidos de convocação e um de quebra de sigilo bancário e fiscal da publicitária.

A bancada do Novo na comissão – composta pelos deputados Adriana Ventura (SP), Luiz Lima (RJ) e Marcel van Hattem (RS) e pelo senador Eduardo Girão (CE) – e os deputados Carlos Jordy (PL-RJ) e Kim Kataguiri (União Brasil-SP) apresentaram pedidos para Danielle ser obrigada a prestar depoimento ao colegiado. Já o senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) quer acesso a suas movimentações financeiras.

Ao Radar, Danielle afirmou que as transações com o empresário Antonio Carlos Camilo Antunes, o Careca do INSS, são parcelas da venda de uma casa de praia em Trancoso, na Bahia, que acabou desfeita depois do bloqueio judicial das contas do operador na esteira da megaoperação da Polícia Federal (PF) contra o esquema de descontos ilegais em pensões e aposentadorias.

Apesar de não esclarecer o destino do dinheiro transferido antes do distrato, ela disse que os valores “estão declarados à Receita Federal e os impostos pertinentes foram devidamente recolhidos”. E que o contrato de compra e venda da casa em Trancoso, o distrato do negócio e todos os demais documentos mencionados na nota “serão encaminhados, antecipadamente, para as autoridades competentes”.

Delatora da Lava-Jato

Danielle Miranda Fonteles já comandou a Pepper Comunicação Interativa. Ela ficou nacionalmente conhecida ao ser alvo da Operação Acrônimo, um dos desdobramentos da Lava-Jato, resultado em sua investigação por participar de um esquema de financiamento ilegal de campanhas do PT.

Em delação, ela admitiu ter recebido milhões de forma irregular da campanha de Dilma Rousseff. Danielle também delatou esquemas envolvendo campanhas de Rui Costa, atual chefe da Casa Civil de Lula, para o governo da Bahia em 2014.

Quem também se tornou informante da Acrônimo, por força das revelações da publicitária, foi o empresário Benedito Rodrigues Oliveira Neto, o Bené. As delações implicavam o então governador petista de Minas, Fernando Pimentel, em pagamentos ilegais.

Na nota com sua versão sobre os 5 milhões de reais recebidos do Careca do INSS, Danielle ressaltou que não tem mais relações com o Partido dos Trabalhadores desde 2015.

O PT sempre negou as acusações da publicitária contratada pelo partido.

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