Resistência do governo Lula e Renan afastado deixam CPI na geladeira
Proposta por Calheiros, comissão visa investigar responsabilidade da Braskem no afundamento do solo de cinco bairros de Maceió
![CONTRAPONTO - Renan: o senador trabalha para dar sustentação a Lula sem precisar recorrer ao Centrão de Lira -](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/11/RENAN-CALHEIROS-2020-934.jpg.jpg?quality=90&strip=info&w=1280&h=720&crop=1)
Um mês depois de ser instituída por Rodrigo Pacheco, a CPI da Braskem ainda aguarda instalação. A comissão foi proposta por Renan Calheiros e seu requerimento teve outras 44 assinaturas, mas até agora apenas o MDB fez suas indicações para o colegiado, que terá 11 titulares e sete suplentes: o próprio Renan e Fernando Farias, ambos de Alagoas.
No Senado, a inércia é atribuída à resistência da base de Lula. O líder do governo na Casa, Jaques Wagner, e o líder do PSD, Otto Alencar, ambos da Bahia, são contra a iniciativa por acreditarem que as investigações poderiam afetar a empreiteira baiana Novonor (antiga Odebrecht), uma das controladoras da Braskem.
Além disso, Renan, o autor do pedido de abertura da comissão, está fora de combate desde o último dia 10, quando passou por uma cirurgia para corrigir um descolamento de retina, que vai deixá-lo no estaleiro por um mês.
O objetivo da CPI é investigar a responsabilidade jurídica e socioambiental da Braskem em decorrência “do maior acidente ambiental urbano já constatado no país”, em 2018. Por causa da exploração do sal-gema pela mineradora, cinco bairros de Maceió sofreram afundamento de solo, o que prejudicou mais de 200.000 pessoas.