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Quem são os militares e o policial federal presos pela PF nesta terça

Decisão tem prisões preventivas e inclui medidas cautelares como a apreensão de passaportes

Por Pedro Pupulim Atualizado em 19 nov 2024, 13h44 - Publicado em 19 nov 2024, 12h38

A PF prendeu, nesta terça-feira, cinco militares da ativa e da reserva do Exército investigados por atuarem num suposto plano de golpe de Estado no âmbito das eleições de 2022. Os atos incluiriam os assassinatos de Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes, ministro do STF. Os alvos do mandado de prisão expedido pelo próprio Moraes são o general da reserva Mario Fernandes, o tenente-coronel Helio Ferreira Lima, o major Rodrigo Bezerra de Azevedo, o major Rafael Martins de Oliveira e o policial federal Wladimir Matos Soares.

O plano foi encontrado pela PF em um HD externo pertencente a Fernandes durante a Operação “Tempus Veritatis”. O documento tinha uma espécie de roteiro em tópicos sobre as ações.

Além dos cinco mandados de prisão preventiva, a “Operação Contragolpe” cumpre ainda três mandados de busca e apreensão e 15 medidas cautelares diversas, que incluem a proibição de manter contato com demais investigados, a proibição de se ausentar do país, com entrega de passaportes no prazo de 24 horas e a suspensão do exercício de funções públicas de Rodrigo Bezerra e Wladimir Soares.

Veja quem são os investigados presos pela PF nesta terça:

 

General Mario Fernandes

 

General da reserva, Mario Fernandes foi chefe substituto da Secretaria Geral da Presidência da República durante o governo Bolsonaro, entre 19 de outubro de 2020 e 1º de janeiro de 2023.

Alvo de mandado de busca e apreensão em fevereiro deste ano, Fernandes foi citado por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, segundo a PF, como um dos militares “mais radicais” que integrava o núcleo militar organizado na operação, e teria registros de intenções antidemocráticas antes mesmo do resultado das eleições presidenciais de 2022, tendo “atuado diretamente com pessoas acampadas” diante do Quartel General do Exército após o fim do pleito daquele ano.

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Tenente-coronel Helio Ferreira Lima

 

Helio é tenente-coronel do Exército. Identificado em trocas de mensagens com Mauro Cid, ele comandava a 3ª Companhia de Forças Especiais de Manaus do Comando Militar da Amazônia, e foi exonerado do cargo no dia 14 de fevereiro deste ano após ter sido alvo de busca e apreensão da PF, em 8 de fevereiro.

As investigações da PF apontam que o tenente-coronel tinha uma “planilha detalhada que condensa informações acerca de um planejamento estratégico do Golpe de Estado”. O conteúdo do referido documento conteria trechos que indicam um planejamento de ruptura institucional em razão, possivelmente, do resultado das eleições presidenciais de 2022.

 

Major Rodrigo Bezerra de Azevedo

 

Rodrigo é Major de Infantaria que servia no Comando de Operações Especiais do Exército Brasileiro em 2022. Ele é doutor em Ciências Militares pela Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, bacharel em Ciências Militares pela Academia Militar das Agulhas Negras, mestre em Operações Militares pela Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais do Exército Brasileiro, entre outros. Segundo a PF, Rodrigo fazia parte de um grupo administrado por Mauro Cid em um aplicativo de mensagens em que o major teria revelado sua “frustração” pelo fato de as Forças Armadas supostamente não terem aderido à tentativa golpista.

A PF apontou que as mensagem de aplicativo periciadas indicam a associação de Rodrigo aos demais investigados no âmbito da “ação clandestina que tinha a finalidade de prender/executar o ministro Alexandre de Moraes, empregando técnicas de anonimização para se furtarem à responsabilidade criminal, visando consumar o golpe de Estado”.

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Major Rafael Martins de Oliveira

 

Major das Forças Especiais do Exército, Rafael Martins de Oliveira é investigado por negociar com Mauro Cid o valor de 100.000 reais para trazer para Brasília manifestantes favoráveis ao ato golpista. O planejamento incluiria “hotel”, “material” e “alimentação”.

Rafael foi preso durante uma operação da PF, em fevereiro deste ano.

 

Policial federal Wladimir Matos Soares

 

De acordo com os investigadores, o policial federal Wladimir Matos Soares teria sido um “elemento auxiliar do núcleo vinculado à tentativa de golpe de Estado”. Documentos apreendidos pela PF apontam no sentido de que o agente foi incumbido de fornecer aos demais investigados informações relativas à segurança do presidente Lula, já eleito à época.

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