Por que a PF não pediu prisão de Braga Netto por plano para matar Lula
"A gente não age por deleite", respondeu o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, nesta quarta-feira
Se o general Walter Braga Netto aprovou, segundo relatório de investigação da Polícia Federal, o plano formulado por militares do Exército para assassinar Lula, Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, por que o ex-ministro e candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro em 2022 não foi alvo de pedido de prisão na mesma operação que prendeu quatro militares e um policial federal, no dia 19 de novembro? Eis a resposta do chefe da PF, Andrei Rodrigues:
“É porque a gente não age como emoção, a gente não age por deleite, a gente não age por vontade individual, aqui a gente age com a Constituição e com a lei”, declarou o diretor-geral da corporação, em café da manhã com jornalistas nesta quarta-feira.
Na sequência, ele afirmou que os requisitos estão na representação que ensejou as cinco prisões, com os respectivos fundamentos técnicos e jurídicos.
“E que na avaliação da equipe de investigação não eram aplicáveis a esse cidadão mencionado”, afirmou, citando que o delegado responsável pela investigação apontou o motivos pelos quais cada uma das pessoas presas precisavam ser retiradas do convívio social.
Rodrigues também disse que respeita a equipe de investigação e jamais interferiu, pedindo prisão ou soltura de qualquer investigado.
“E, nesse caso, é a mesma regra. Então, o presidente do inquérito entendeu que não estavam presentes, naquele momento, os requisitos para a prisão desse cidadão mencionado. E isso não quer dizer que a equipe não tenha outras medidas, qualquer pessoa, qualquer um que mudar as circunstâncias jurídicas do momento pode ser objeto de investigação, de outros pedidos, enfim”, comentou.
“E essa não prisão só reafirma o que eu tenho dito, do compromisso com a qualidade da prova, com a responsabilidade. Não é porque o cara: ‘Não sei quem é golpista, prende'”, acrescentou.