Está na pauta desta quarta-feira no plenário da Câmara dos Deputados a votação da cassação do mandato da deputada federal Flordelis (PSD-RJ), denunciada pelo MP-RJ pelo assassinato do próprio marido, em junho de 2019. Ela é acusada de ser a mandante do crime.
A depender do resultado do Conselho de Ética, este tende a ser o último dia da Flordelis na Câmara. Em junho, o relatório que recomendando a perda do seu mandato foi aprovado por 16 a 1.
Nas redes sociais, a deputada se disse confiante que os colegas “não irão ceder a esses apelos sensacionalistas da mídia”. Ela afirma que é inocente e não teve participação na morte do marido.
Na noite desta terça, Flordelis enviou uma carta aos outros 512 deputados para pedir “uma chance”.
“Uma chance para que eu possa me defender de um processo injusto de homicídio do meu próprio marido. Uma chance para que eu possa cumprir o mandato que eu fui legitimamente eleita. Uma chance para que minha dignidade seja, um dia, restabelecida”, escreveu.
Pastora evangélica, ela disse ter 60 anos de idade e relatou a própria história de vida, que como evangelizadora acolheu crianças e adolescentes que estão na rua.
A deputada reclamou que, até o momento, não foi julgada de forma justa e afirmou ter sido “escrachada pela juíza, pelos promotores e pelos policiais”.
“Tenho sofrido muito desde que perdi meu marido. Desde que o fato aconteceu, aos poucos, tenho recebido informações muito dolorosas sobre ele, sobre o que acontecia na minha casa, sobre minhas filhas e filhos. Tem sido terrível essa experiência. Não posso julgar ninguém pelos fatos que aconteceram. Mas, a única certeza que tenho é que não matei, não mandei matar, não conspirei para a morte do meu marido”, declarou Flordelis.
Antes do fim da mensagem, ela ainda disponibilizou os telefones de seus três advogados para os que quiserem tirar qualquer dúvida sobre o processo. “Por favor me ajudem a lutar contra uma grande injustiça. Deus abençoe cada uma e cada um de Vossas Excelências”, concluiu.