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PGR sepulta investigações da CPI da Pandemia contra Bolsonaro no STF

Procuradoria pediu arquivamento de uma série de procedimentos contra Bolsonaro, Pazuello e outros ministros do governo por crimes apurados pela comissão

Por Robson Bonin Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 25 jul 2022, 18h29 - Publicado em 25 jul 2022, 16h36
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  • Sob o comando da vice-procuradora-geral Lindôra Araujo, a PGR limpou a gaveta nesta segunda e encaminhou ao STF um lote de sete pedidos de arquivamento de investigações preliminares que apuravam crimes de Jair Bolsonaro, ministros e ex-ministros, além de aliados do governo por atuação negligente na pandemia de Covid-19, que já matou 677.000 brasileiros.

    Só Bolsonaro, com o lote de pareceres desta semana, livrou-se de cinco investigações sobre diferentes crimes apurados pela CPI. Para um presidenciável que acabou de lançar sua candidatura ao Planalto, não há presente maior. O Radar resumiu os casos.

    Num dos pareceres, a PGR mandou arquivar por falta de provas o procedimento originário da CPI da Pandemia que buscava responsabilizar pelo crime de epidemia majorado pelo resultado morte o presidente Bolsonaro, o ministro Saúde, Marcelo Queiroga, o ex-chefe da Casa Civil Walter Braga Netto, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, o ex-secretário da Saúde Élcio Franco, o ex-subchefe de Monitoramento da Casa Civil Heitor Freire de Abreu, o Secretário de Ciência e Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde Hélio Angotti Netto e o deputado Osmar Terra.

    “A partir da análise dos elementos de informação que integram os autos, especialmente do Relatório Final da Comissão Parlamentar de Inquérito e respectivos documentos, bem como da defesa encaminhada pela Advocacia-Geral da União, não se vislumbram indícios mínimos aptos a justificar a instauração de uma apuração criminal, tampouco a propositura de ação penal no caso em tela, conforme se demonstrará”, diz Lindôra.

    Em outro parecer, a vice-procuradora manda o arquivo a investigação proposta pela CPI contra Bolsonaro por infração de medida sanitária preventiva, aberta a partir dos seguidos episódios de desrespeito ao uso de máscaras protagonizado por Bolsonaro.

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    “A partir da análise dos elementos de informação que integram os autos, especialmente do Relatório Final da Comissão Parlamentar de Inquérito e respectivos documentos, bem como da defesa encaminhada pela Advocacia-Geral da União, não se vislumbram indícios mínimos aptos a justificar a instauração de apuração criminal, tampouco a propositura de ação
    penal no caso em tela, conforme se demonstrará”, repete Lindôra.

    Outra investigação enterrada pela PGR mirava Bolsonaro pelo crime de prevaricação ao lado de Pazuello, Elcio Franco e Marcelo Queiroga. “Impende ressaltar que não há elementos de informação mínimos de materialidade do crime de prevaricação em relação aos aludidos indiciados. Ao que tudo indica, a CPI da Pandemia concluiu por indiciar os requeridos com base em suposta inércia genérica dos indiciados no que diz respeito à tomada de providências acerca das mencionadas irregularidades. Todavia, não descreveu e comprovou quaisquer deveres funcionais que pudessem ter sido violados pelos
    agentes públicos… Todos os fatos apontados foram exaustivamente analisados e deles não se extrai minimamente a prática delitiva imputada”, diz a PGR.

    Lindôra também pediu o arquivamento de uma investigação da CPI contra Bolsonaro pelo crime de charlatanismo diante da defesa do presidente do uso do tratamento precoce com cloroquina e outros medicamentos sem eficácia contra a Covid-19. “Não há indícios mínimos de que o indiciado detinha o conhecimento e o domínio epistemológico, à época, da suposta ‘absoluta ineficácia’ dos fármacos cloroquina e hidroxicloroquina no combate ao novo coronavírus”, escreveu Lindôra.

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    A vice-procuradora também pediu o arquivamento de uma investigação contra Bolsonaro e Pazuello por crime de emprego irregular de verbas ou rendas públicas pelos gastos do governo com fabricação de cloroquina, até hoje não esclarecidos devidamente. “O simples fato de o Presidente da República ter verbalizado, em março de 2020, o apoio ao aumento da produção dos medicamentos como forma de controle da doença não se presta a amparar conclusão pela prática do crime de emprego irregular de verbas públicas, porquanto, para a consumação do delito, é necessária a efetiva aplicação de verba previamente destinada a outro fim, o que não se verificou na espécie”, diz Lindôra.

    A PGR também mandou ao arquivo uma investigação de prevaricação contra o ministro da CGU, Wagner do Rosário, e despachou para outra instância uma investigação que mirava Ricardo Barros — nesse caso, houve a recomendação de que a investigação siga em outra instância contra outros personagens sem foro no STF. “Diante da atual falta de perspectiva de obtenção de novos dados que autorizem conclusão diversa, forçoso reconhecer a ausência de mínimos elementos de convicção capazes de suportar a instauração de inquérito ou a deflagração de ação penal no caso concreto”, diz PGR.

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