PF ouve Valdemar e Câmara sobre juiz citado no inquérito do golpe
"Há fortes indícios de que Sandro Nunes, valendo-se da posição na Justiça Eleitoral, tenha ilicitamente atuado para favorecer grupo investigado", diz a PF
A Polícia Federal deve ouvir, nos próximos dias, o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, e o ex-auxiliar de Jair Bolsonaro no Planalto Marcelo Costa Câmara na nova investigação aberta para apurar o envolvimento do juiz federal Sandro Nunes Vieira com o grupo bolsonarista que tramou um golpe de Estado, a partir do ataque ao sistema eleitoral e às urnas eletrônicas. O próprio Vieira está na lista de alvos que devem ser ouvidos na nova apuração.
A PF resgatou mensagens no celular de Mauro Cid que revelaram contatos com o magistrado, vinculado ao TRF-4, mas que atuava no TSE durante o governo de Jair Bolsonaro. Há suspeita de que Vieira tenha alimentado com informações da Justiça Eleitoral o grupo que atentou contras as urnas e a eleição de 2022.
“Há fortes indícios de que Sandro Vieira Nunes, valendo-se da posição que ocupava junto à Justiça Eleitoral, tenha ilicitamente atuado para favorecer os interesses do grupo investigado”, diz a PF em ofício enviado a Moraes, em novembro, quando a nova investigação foi aberta.
O juiz foi afastado de modo liminar pelo CNJ, a pedido do ministro Alexandre de Moraes, e teve seu afastamento confirmado pelo plenário do órgão nesta terça. Os depoimentos de Valdemar e Câmara devem ocorrer nesta quinta-feira.
Procurado, o advogado Eduardo Kuntz, que defende Câmara, não quis se manifestar sobre o depoimento de seu cliente.