Passado o susto com a ordem judicial que teve como alvo o presidenciável Ciro Gomes, seu irmão Cid Gomes e outros integrantes do grupo, pedetistas colocaram o juiz substituto Danilo Dias Vasconcelos de Almeida, da Justiça Federal no Ceará, sob escrutínio.
Nas redes sociais, aliados e apoiadores de Ciro já começaram a divulgar a notícia, do mês passado, sobre outra decisão do magistrado em que ele absolveu um homem denunciado pelo crime de racismo por negar a existência do Holocausto e sugerir que a “peste negra” na Europa e a pandemia da Covid-19 foram provocadas por judeus. O Ministério Público Federal recorreu.
Na sentença, o Vasconcelos de Almeida escreveu que “não se pode naturalizar a censura ou se admitir a perseguição penal daqueles que pensam o oposto de nós”. E que via “com preocupação, inclusive no cenário nacional, a multiplicação de processos destinados a implementar censuras ou punir meras manifestações de pensamento (ainda que ideias toscas, arcaicas, insensatas)”.
O juiz evocou o princípio da liberdade de expressão para decidir que não houve crime de ódio. Ele apontou ainda que houve “apenas uma negação de um fato histórico, assim como há quem negue que o homem foi à Lua”.
No Twitter, o deputado federal André Figueiredo (PDT-CE) afirmou que é “inadmissível ver um integrante do judiciário tomar decisões absurdas como esta contra Cid Gomes e Ciro Gomes.” “Repugnante ver o mesmo juiz que absolveu um neonazista, determinar um mandato de busca e apreensão descabido e intempestivo”, escreveu.