Patrimônio do prefeito de Goiânia cresceu 1.977 vezes em quatro anos
Eleito vice-prefeito em 2020, quando declarou apenas R$ 81,39 em bens, Rogério Cruz assumiu o cargo após a morte de Maguito Vilela, no ano seguinte
Candidato à reeleição, o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Solidariedade), declarou à Justiça Eleitoral neste ano um patrimônio total de 160.956,56 reais — no caso, o valor do bem registrado em seu nome, um Jeep Compass.
Perto dos 313 milhões de reais em bens do ex-deputado federal Sandro Mabel (União Brasil) ou dos 26,8 milhões do senador Vanderlan Cardoso (PSD), dois de seus adversários na disputa, o montante é modesto.
Mas o valor é 1.977 vezes maior do que o que ele mesmo informou em 2020, quando concorreu a vice-prefeito na chapa de Maguito Vilela (MDB).
Na ocasião, o então vereador de Goiânia declarou apenas 81,39 reais em bens, sendo 46,75 em aplicação de renda fixa Nubank e 34,64 de saldo em uma conta corrente da Caixa Econômica Federal.
Questionado na época sobre o tamanho do seu patrimônio, Cruz declarou à imprensa local que morava de aluguel, não tinha casa própria e, por ser vereador, usava os dois carros disponíveis na Câmara da capital goiana.
“Se o político tem muitos bens dizem que está roubando, se tem pouco não acreditam. Eu sou um homem simples, levo uma vida normal. Pra quê vou ter carro, gastar dinheiro, pagar IPVA, tudo isso?”, questionou, há quatro anos.
Antes de se tornar vice-prefeito, em 2020, ele foi eleito vereador duas vezes. Em 2016, declarou ter 1.195,50 reais em uma conta corrente na Caixa. Quatro anos antes, quando registrou sua ocupação como “sacerdote ou membro de ordem ou seita religiosa”, informou que não tinha bens a declarar.
Nascido em Duque de Caxias (RJ), Rogério Cruz é pastor licenciado da Igreja Universal e radialista, e tem 57 anos de idade.
Em tempo: ele assumiu o cargo de prefeito depois que Maguito Vilela, seu companheiro de chapa, morreu em decorrência da Covid-19, em janeiro de 2021.