A nova denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República contra Wilson Witzel ganhou o amparo do depoimento “voluntário e espontâneo” do empresário Edson Torres — que teria procurado os investigadores para confessar sua participação no grupo criminoso e descrever, de forma minuciosa, como a organização foi planejada, montada e executou parte de seus crimes.
No documento apresentado ao STJ, também consta denúncia contra o presidente do partido de Witzel, Pastor Everaldo, apresentado pela PGR como “veterano da corrupção”. Em seu depoimento, Torres narra — entre uma série de passagens sobre a política fluminense — a influência do presidente do PSC desde os anos 1990 sobre a companhia de águas do Rio, a Cedae.
Nas palavras do empresário, o cacique usa a empresa pública “como instrumento próprio para exercício de poder, loteamento de cargos e uso do orçamento em benefício próprio desde a década de 90, ao lado de Eduardo Cunha”.
A denúncia afirma que o presidente do PSC, partido de Witzel, é quem detém o comando do gigantesco orçamento da pasta da SAÚDE, além de Cedae e Detran, recebendo 20% do caixa único formado pelos recursos recebidos ilicitamente pela organização criminosa.
Segundo a PGR, Everaldo, ao lado do filho Filipe Pereira “vem atuando até os dias atuais não apenas no recebimento de vantagens indevidas, mas também na obstrução das investigações”, tendo feito uma tentativa de “alinhar discurso” com o ex-secretário de Saúde Edmar Santos — que foi preso e virou delator — “para criar uma versão que justificasse os atos ilícitos praticados pelo grupo”.