Prestes a superar a marca de 500 mortes pelo coronavírus, o Brasil viverá nesta semana uma espécie de “hora da verdade” em relação à capacidade instalada do SUS para receber a onda de infectados que virá.
O choque de realidade se dará no momento em que o Ministério da Saúde anunciar a fotografia geral do número de leitos de UTI e de enfermaria disponíveis no país no momento.
Até então, o governo se guia pelos dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, que oferece uma fotografia defasada da situação, um retrato pré-coronavírus.
O novo quadro vem sendo montado pela equipe do ministro Luiz Henrique Mandetta a partir de relatórios de secretários de Saúde dos 26 estados e do Distrito Federal.
Será o retrato mais preciso já registrado no país em relação à capacidade do sistema de saúde brasileiro de enfrentar a pandemia. Com esses números, os técnicos de Mandetta conseguirão calibrar melhor alguns limites cruciais do sistema, como o momento vivido em países como a Itália, onde o colapso da estrutura de UTI já impõe aos médicos a dolorosa decisão de quem salvar em quem deixar morrer.
A semana será decisiva em outro fronte do esquadrão comandado por Mandetta. Os país comprou da China um lote de 200 milhões de máscaras e espera também a entrega de 150 milhões de unidades de materiais de proteção para profissionais de saúde, como luvas, capotes e álcool em gel dos chineses. Há ainda a promessa de entrega de 15.000 respiradores, num contrato orçado em 1 bilhão de reais.
Para buscar o material, o governo já planeja o envio de aviões da FAB à China. O problema, no entanto, é na guerra comercial que virou a compra de insumos chineses. O governo teme perder as cargas para outros países, em especial os Estados Unidos — do amigão de Jair Bolsonaro, Donald Trump — que vêm comprando produtos chineses de forma predatória para tentar conter o avanço da pandemia que avança entre os americanos de forma catastrófica.