Falando num evento da USP nesta sexta-feira, 27, Alexandre de Moraes abriu a caixa de ferramenta para bater no que chamou de “populismo de extrema direita” que dominou as redes para espalhar fake news e criar sua própria versão de “democracia”.
Para Moraes, essa turma dominou as narrativas nas redes sem que o Judiciário se desse conta e atuasse para coibir os crimes contra o estado de direito.
“Cooptação total das redes pelo populismo de extrema direita, que foi extremamente competente. Extremamente competente. Verificou que, se a voz está lá agora (nas redes sociais), vamos dominar essa voz. Se lá é expressão da democracia, vamos construir a nossa democracia”, disse Moraes, segundo André de Souza, em O Globo.
O ministro é o relator do inquérito das fake news no STF, que investiga aliados de Jair Bolsonaro, os filhos do presidente e mais uma série de empresários que financiam a tal engrenagem de notícias falsas e desinformação nas redes. Para Moraes, as fake news nas redes devem ser combatidas com as leis vigentes.
“Um livro defendendo ideias absurdas é possível isso? Toda a legislação que se aplica para tudo de repente deu uma bobeira geral: ah, para as redes sociais não pode. Por que não pode? Os direitos fundamentais mudaram? (…) Não é censura (combater esse tipo de conteúdo). É a mesma coisa que você bloquear uma conta bancária que está sendo utilizada para a criminalidade”, disse o ministro, para quem é preciso “acabar com essa ideia de que as plataformas são uma terra de ninguém”.
“O que começou como uma verdadeira anarquia nas plataformas, hoje existe um terrorismo institucional”, seguiu Moraes.