Os novos capítulos da crise no Botafogo
A reunião do Conselho Deliberativo do Botafogo, que seria realizada nesta semana, foi cancelada
Em março de 2021, John Textor tomou o controle de 80% da Sociedade Anônima de Futebol do Botafogo. O negócio estava condicionado a algumas regras: pagar as parcelas do RCE e da Transação Tributária (acordos judiciais realizados que reduzem drasticamente a dívida do clube), investir no futebol e manter limites no endividamento da própria SAF, sob pena de perda de participação e direitos políticos.
Segundo este mesmo acordo de acionistas, a forma de auditar o cumprimento dessas obrigações seria prestar contas trimestralmente ao clube em balancetes e relatórios específicos. Os responsáveis, em nome do clube, por esse trabalho eram Fernando Pereira, no Conselho Fiscal, e Durcesio Mello, no Conselho de Administração.
O primeiro pediu demissão em agosto alegando nunca ter recebido os comprovantes. O segundo virou conselheiro do Lyon e nunca exigiu a obrigação, segundo fontes do clube.
Nesta semana, o clube teria uma reunião do conselho para discutir essas pendências e novos pleitos do investidor. Diante da desorganização geral, os conselheiros se negaram a realizar o encontro. O motivo alegado foi “falta de transparência” recorrente do investidor.
A atual diretoria condicionou a reunião a exigências como o pagamento da segunda parcela do negócio — de 100 milhões de reais –, o pagamento de 7 milhões de reais atrasados (RCE continua em default) e mudanças na cúpula do clube. Segue o impasse.