Desde dezembro o PL tem a resolução de que a escolha pelo candidato a vice de Ricardo Nunes nas eleições de outubro partirá do ex-presidente Jair Bolsonaro. Nos bastidores, porém, há outras forças trabalhando para emplacar nomes na chapa do atual prefeito de São Paulo.
A bola da vez do bolsonarismo é o coronel da reserva da PM Ricardo Nascimento de Mello Araújo, ex-comandante da Rota e ex-chefe da Ceagesp. Segundo aliados de Bolsonaro, Mello Araújo tem “perfil executor” e pertence ao “núcleo duro” do ex-presidente.
Nesta semana, o nome da delegada Raquel Gallinati começou a ser ventilado. Ao Radar, a suplente a deputada estadual disse que se sentiu honrada e está à disposição do PL, mas afirmou que não discutiu com membros do partido sobre a possibilidade de se tornar vice de Nunes. O nome para compor a chapa do atual prefeito é uma escolha da liderança da legenda, ressaltou a delegada.
Para a ala bolsonarista do Partido Liberal, as especulações sobre a delegada são obra do deputado federal Antônio Carlos Rodrigues, que, na visão desses aliados do ex-presidente, quer rotular o bolsonarismo como “instável” e, ao fim da disputa, se cacifar como o único nome possível a vice de Nunes.
O vereador de SP Isac Félix, presidente do diretório municipal do PL, disse que “Valdemar e Antônio Carlos seguraram o partido nas costas por décadas” e que o deputado federal não tem intenção de concorrer nas eleições municipais.
“Se perguntarem a minha opinião, o melhor vice é o Antônio Carlos Rodrigues, mas ele não quer.”
Ao Radar, Antônio Carlos Rodrigues disse que Bolsonaro, após acertar nas apostas em Tarcísio de Freitas para o governo de São Paulo e no astronauta Marcos Pontes ao Senado, conquistou o direito de ser o fiel da balança na escolha para vice da corrida à prefeitura. Questionado se teria interesse em compor a chapa de Nunes, ele respondeu que “só se for intimado pelo partido”.
O entorno de Ricardo Nunes, apesar de reconhecer que o tamanho do PL e a exposição no tempo de propaganda eleitoral credenciam a sigla a indicar um vice, outros partidos também têm peso na escolha. É o caso do Republicanos, de Tarcísio de Freitas e Marcos Pereira, do PSD, de Gilberto Kassab, do PP, de Ciro Nogueira, e do União Brasil, do chefe do Legislativo municipal, Milton Leite.