A oposição ao governo no Senado vai pressionar o ex-chanceler Celso Amorim, assessor especial da Presidência da República, a explicar em audiência da Comissão de Relações Exteriores nesta quinta-feira a sugestão que fez a Lula de propor novas eleições na Venezuela depois de Nicolás Maduro se autoproclamar vencedor do pleito sob contestação internacional e da principal chapa adversária.
Uma das principais porta-vozes dos questionamentos a Amorim será a líder do PP na Casa, Tereza Cristina (MS). Ao ex-chanceler, ela vai perguntar sobre o impacto da sugestão de novas eleições – que o Itamaraty nega ser a posição oficial do governo – no papel do Brasil como mediador imparcial no conflito no país vizinho.
A senadora quer saber, ainda, se a proposta de fazer uma espécie de “segundo turno” foi discutida de antemão com o regime Maduro e qual a recepção à ideia na Venezuela que a diplomacia brasileira percebeu desde que a sugestão veio à tona. A avaliação entre oposicionistas de Lula é de que houve precipitação no episódio.
Também vai interrogar Amorim sobre a efetividade das reuniões com representantes de Maduro e da oposição na Venezuela às vésperas da ida às urnas em 28 de julho, quando o assessor especial de Lula avaliou o cenário pré-eleições como “tranquilo”.