O ministro Edson Fachin é conhecido no STF pelo comportamento formal e extremamente respeitoso. No tribunal e fora dele, não grita, não discute, não perde a calma.
Há algumas semanas, o ministro, que é relator dos casos da Lava-Jato na Corte, foi submetido a uma longa pregação de Gilmar Mendes na Segunda Turma. Um sermão marcado por provocações e ataques.
Nesta quarta, quando o Supremo abrir o julgamento sobre a decisão de Fachin que livrou Lula da Lava-Jato, o ministro, segundo colegas com que conversou na Corte, aproveitará com gosto o seu tempo e voto no tribunal.
Fachin alertou que seu voto deve consumir quase toda a sessão de quarta. Para decidir o futuro de Lula, portanto, o STF precisará não de um, mas de dois dias de julgamento, pelo menos. Além de longo, o voto de Fachin irá percorrer todos os pontos abertos por Mendes e demais colegas contrários a Sergio Moro e a Lava-Jato. Será uma sessão animada, por assim dizer.