O que atrasa a negociação de alianças de Lula com os partidos
Petista tenta atrair siglas de centro, mas a divisão política nas bancadas do Congresso impede definições antes da janela de troca partidária

A janela de troca partidária, entre os dias 3 de março e 1º de abril, é o principal fator a atrasar as conversas de Lula com caciques de siglas do centro e do centrão no Congresso.
Com as bancadas divididas entre Jair Bolsonaro, Lula e a chamada terceira via, a adesão antecipada a qualquer um dos projetos que polarizam o país é vista como um risco pelos chefes dos partidos.
Boa parte dos caciques partidários pretende usar os próximos dias de feriado de carnaval e de pré-janela de troca para tentar cooptar deputados insatisfeitos com seus atuais partidos.
A campanha nos estados depende de bons puxadores de votos e é nesse caminho que os dirigentes estão orientando suas agendas de conversas com os deputados.
Gilberto Kassab, por exemplo, vem conversando com Lula e com outros nomes da terceira via, diz que acredita numa candidatura própria do seu partido, o PSD, mas só fará movimento concreto depois do fechamento da janela.
Os únicos partidos que já aceitaram o prejuízo da definição antecipada de apoio são siglas de esquerda que dependem de Lula para seguirem existindo e os partidos do centrão bolsonarista, como o PP e o PL, que já estão com Bolsonaro.