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O balanço de Lula sobre sua participação na Assembleia Geral da ONU

O presidente passou mais de três dias em Nova Iorque e concedeu entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira

Por Gustavo Maia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 25 set 2024, 16h42

O presidente Lula concedeu há pouco uma entrevista coletiva em Nova Iorque, na qual fez um balanço da sua participação na Assembleia Geral das Nações Unidas, desde o último domingo. Ele vai embarcar na tarde desta quarta-feira com destino a Brasília.

“Eu acho que, mais uma vez, a participação do Brasil na conferência da ONU foi um momento de marcar posição com relação às coisas que nós estamos reivindicando há algumas décadas. Todo mundo sabe que o Brasil tem falado, insistido e tentado articular com outros presidentes a necessidade de a gente renovar as Nações Unidas para que ela possa resolver conflitos que hoje estão simplesmente à deriva, porque não tem governança global no mundo”, disse o brasileiro no início da sua fala de abertura, logo após um pronunciamento do chanceler Mauro Vieira sobre as agendas dele nos Estados Unidos.

“Se a gente não renovar a ONU, colocando mais representatividade de mais continentes, vocês viram que eu disse no meu discurso de que quando a ONU foi criada, em 1945, tinha 51 países. Hoje tem 193 países na ONU. A geopolítica de hoje é diferente da geopolítica de 1945. A importância dos países também é diferente, para mais ou para menos. Então o que nós estamos defendendo é que haja uma nova geopolítica, uma nova conformação geopolítica, para que a gente possa ter a totalidade dos continentes representada na ONU, inclusive no Conselho de Segurança, acabando com o direito de veto e aumentando o poder de comando das Nações Unidas. Se isso acontecer, eu penso que a gente poderia evitar muitos conflitos que têm hoje”, complementou Lula.

Na sequência, ele comentou que o número de conflitos nos dias de hoje é maior “do que em qualquer outro momento” e que houve golpes de Estado em vários países, tentativas de golpe em outros, além de conflitos de guerra civil em vários países. “E o mais visível que nós estamos vendo, porque o Sudão e o Iêmen parecem que são esquecidos pela imprensa mundial, mas o que nós vemos é o que está acontecendo em Israel, na Faixa de Gaza e agora no Líbano é uma coisa que não tem precedentes. E, por mais que a ONU tenha discutido, por mais que tenha tomado decisão, não há nenhum cumprimento de nenhuma decisão da ONU”, disse o presidente.

Ucrânia x Rússia

Ao comentar a guerra entre Rússia e Ucrânia, Lula disse que “é uma guerra que nem precisaria ter começado” e que sua ideia é que “não existe nenhuma possibilidade de uma solução militar naquela guerra”.

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“É preciso que haja uma solução diplomática. E por isso o Brasil tem insistido na discussão da paz. E que seja convocado quem os dois países entenderem que possam ajudá-los a encontrar um caminho de paz, a encontrar um denominador comum para que a guerra termine e os dois países voltem a viver fora do barulho de tiros. Não é uma coisa fácil, porque na vida, até na vida do jornalismo, vocês sabem que tudo começa de um jeito e a gente não sabe como termina. A guerra é mesma coisa. Quem começou a guerra imaginava que ia ganhar na semana seguinte. Ou seja, acontece que, na realidade, a guerra já está durante quase dois anos, três anos, e me parece que não tem nada previsto para que haja uma negociação”, declarou.

“O meu ministro Celso Amorim, que hoje é meu assessor especial, esteve a meu pedido na China, na Rússia, na Ucrânia, na tentativa de discutir se há um caminho em que a gente possa tentar fazer uma proposta de paz. Há uma proposta da China, que tem sido elogiada por algumas pessoas, junto com o Brasil, e nós estamos aí dispostos a saber se os dois estão interessados em conversar. Porque se os dois não quiserem, não tem conversa.
Então acho que a gente deixou isso claro no nosso discurso, a gente deixou clara a necessidade da ONU voltar a ter um papel muito importante. A ONU teve muita força quando ela foi criada para criar o Estado de Israel, e agora não tem nenhuma força para criar o Estado Palestino. Ou seja, é importante criar, para que os dois vivam em paz, de forma harmônica, como vivem outras centenas de países no mundo”, complementou.

“Revitalização da democracia”

O líder brasileiro também citou a a reunião convocada por ele e pelo primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, com alguns presidentes “que nós consideramos democratas” para discutir a revitalização da democracia, nesta terça. “Não convidamos todos porque era uma coisa muito precipitada”, disse.

“O surgimento da extrema direita, esse extremismo que nós estamos vendo, com um suporte muito grande na indústria das fake news, que está monetizada, tem gente ficando rico com a quantidade de mentiras, de leviandades, eu chamei os democratas pra gente discutir onde a democracia errou. Porque em algum momento a democracia cometeu uma folha que permitiu que pessoas extremistas e de extrema direita pudessem questionar a própria democracia, o sistema, uma série de coisas, que há 50 anos atrás era culpa da esquerda. Então é uma discussão muito séria, porque eu considero a democracia o sistema de governo mais extraordinário que se inventou, porque somente no processo democrático é que um metalúrgico pode chegar à presidência de um país que é a oitava economia do mundo, somente na democracia a gente pode conseguir negociar votações num Congresso que teoricamente depois das eleições era adverso e que até agora tem contribuído para a gente votar todas as coisas de interesse do Brasil”, acrescentou Lula.

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