Representantes da diretoria do Botafogo fizeram uma peregrinação por gabinetes de senadores na semana passada para evitar que a CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas convocasse o atacante Luiz Henrique.
O CEO e o vice-presidente executivo da SAF botafoguense, Thairo Arruda e Jonas Marmello, respectivamente, conversaram com vários parlamentares, entre eles o presidente da comissão de inquérito, Jorge Kajuru (PSB-GO).
Ao senador goiano, os emissários do clube alvinegro disseram que não existe “nenhuma possibilidade” de Luiz Henrique ter manipulado jogos e que, por ser “muito novo”, o atacante poderia “reagir mal” dentro e fora de campo a uma eventual convocação para dar depoimento na CPI.
Kajuru respondeu que não chamaria o jogador do Botafogo e da seleção brasileira ao colegiado sem antes ouvir o meia Lucas Paquetá, do West Ham, investigado pela Federação Inglesa (FA, na sigla em inglês), que deve falar à CPI por videoconferência em 29 de outubro.
Luiz Henrique só seria convocado, disse o presidente da comissão de inquérito à diretoria botafoguense, se Paquetá o implicasse em irregularidades durante seu depoimento.
A comitiva do clube carioca também teve encontros com o primeiro vice-presidente do Senado, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB) e os senadores Chico Rodrigues (PSB-RR), Dr. Hiran (PP-RR), Leila Barros (PDT-DF) e Rogério Carvalho (PT-SE).
Por que a CPI cogita convocar Luiz Henrique
A hipótese de chamar Luiz Henrique à CPI surgiu depois de o UOL revelar que Bruno Tolentino, tio de Paquetá, fez duas transferências via Pix somando 40.000 reais para o atacante quando ele ainda jogava no Real Betis, da Espanha, em 2023.
Nesta terça, o presidente da comissão de inquérito, Jorge Kajuru, deu entrevista a jornalistas para explicar os próximos passos da comissão e falou sobre a situação do atacante do Botafogo e da seleção.
“A princípio, pelas informações chegadas até nós, o envolvimento (do Luiz Henrique) foi puramente por inocência. Ou seja, jogaram o atleta numa situação em que ele nem estava sabendo o que estava acontecendo”, declarou. “As informações que chegaram à CPI até agora dão conta de que ele entrou como gaiato no navio.”