Não tem um real para senador, diz Fávaro sobre acordo de Padilha com Lira
Ministro das Relações Institucionais prometeu ao presidente da Câmara que R$ 416 milhões do extinto orçamento secreto vão atender a emendas individuais
Alvo de críticas de deputados, inclusive do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o ministro Carlos Fávaro, da Agricultura e Pecuária, detalhou nesta segunda-feira a destinação de verbas para emendas. Parlamentares têm dito que o Ministério privilegiou o Mato Grosso, curral eleitoral do titular da pasta.
Fávaro explicou que havia tratado com o ministro Rui Costa (Casa Civil) sobre um programa de reforma das estradas vicinais. As obras receberiam verba do governo federal e teriam uma contrapartida de entidades do setor, o que ocorreu no Mato Grosso, com produtores de algodão. Depois, o programa continuaria na Bahia e demais estados.
“Não tem pecado nenhum, não tem crime nenhum, ter atendido a um programa do Ministério da Agricultura, do estado no Mato Grosso, como ia fazer na Bahia, como ia fazer em São Paulo, como faria com os estados, inclusive atendendo aos parlamentares”, disse Fávaro a jornalistas na abertura do 22º Congresso Brasileiro do Agronegócio, em São Paulo.
A verba oriunda do extinto orçamento secreto, porém, já havia sido negociada pelo ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, com Arthur Lira. Ele prometeu que o recurso realocado das emendas do relator ao Ministério da Agricultura seria encaminhado à Câmara dos Deputados e Fávaro teria de remanejar o orçamento da pasta para o programa de pavimentação das estradas vicinais.
“Ficaram à disposição, então, do ministro Alexandre Padilha 416 milhões de reais, que é o compromisso dele com os parlamentares da Câmara, e eles vão usar todos os 416 milhões de reais, não vai ficar parlamentar sem fazer a sua indicação”, afirmou Fávaro.
“Agora, é importante dizer, que não tem um real e não posso atender nenhum senador, porque está 100% destinado à Câmara dos Deputados”, completou o ministro, que também disse que outras entidades de classe não serão atendidas, ao contrário do que ocorreu com os produtores mato-grossenses de algodão.