Na entrevista que Lula concede nesse momento à Rádio Gaúcha, em Porto Alegre, onde vai entregar unidades habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida, para as primeiras famílias desalojadas pelas enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul em maio, o presidente foi questionado sobre “a demora” na entrega das primeiras moradias, pouco mais de 100 dias após a tragédia climática, e respondeu que “não tem a demora que as pessoas pensam que tem”.
“É que não [se] faz casa numa semana, isso não é casa de papel. Ou seja, se você tem cidades que foram alagadas e que as casas foram alagadas, você, por juízo, você não pode construir a casa no mesmo lugar. É preciso encontrar um novo terreno. E um novo terreno é encontrado ou pelo prefeito ou pelo Estado, se a gente quiser baratear o preço da casa. Senão, as empresas compram e nós vamos fazer a casa”, explicou Lula, sentado ao lado do ministro Paulo Pimenta, chefe da Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul
“E eu prometi, e vou garantir, que todas as pessoas que perderam a sua casa vão receber casa do Minha Casa, Minha Vida. As pessoas que ganham até dois salários mínimos, a Faixa 1 e 2, vão receber a casa efetivamente de graça, e as pessoas que ganham na Faixa 3 e 4 vão receber 40.000 reais para dar de entrada nas casas”, reforçou o presidente.
Questionado se trabalha com um prazo para até quando as pessoas atingidas terão as moradias, ele respondeu que isso não depende nem da lei nem de uma medida provisória, e sim da agilidade das prefeituras, do governo do Estado e do governo federal.
“Hoje vai estar aqui o ministro das Cidades [Jader Filho], eu tenho cobrado dele, tenho cobrado do Pimenta que é muito importante a gente agilizar as casas. Nós inclusive decidimos fazer escolha e procura de casas em Porto Alegre, nas cidades da região metropolitana, nas cidades alagadas, se tiver casa pra vender, a Caixa Econômica Federal vai comprar pra gente poder dar casas até 200.000 reais para as pessoas. Isso é um compromisso”, afirmou o presidente.
Lula disse ainda que já mandou procurar modelos de casas feitas na Suécia e na China, que “obviamente” serão feitas com empresas brasileiras. “Mas nós precisamos de empresas que façam a casa com mais agilidade, e precisamos de garantia do terreno”, complementou.