Não serão ‘dois ou três’ no STF que nos farão ceder, diz Bolsonaro
Em discurso durante evento no Planalto, o presidente disse que "não vamos perder essa guerra" repetiu a ladainha sobre urnas eletrônicas
No discurso que fez na tarde desta quarta-feira durante evento de lançamento da Carteira de Identidade Nacional no Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro voltou a disparar críticas a “dois ou três” ministros do STF, sem citar nominalmente Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes e Luiz Edson Fachin. Depois de elencar feitos dos seus pouco mais de três anos de governo, Bolsonaro declarou que “de nada vale isso se vocês não tiverem liberdade”.
“Geralmente, presidente Collor, quem busca colher a liberdade e impor um regime de força num país é o chefe do Executivo. E aqui é exatamente ao contrário. É o chefe do Executivo que resiste. Agências de checagens, arbitrariedades estapafúrdias, visando que duas ou três pessoas no Brasil passam a valer mais do que todos nós juntos, mais que a Câmara, mais que o Senado, mais que o Executivo, mais que os outros órgãos do Judiciário, mais que o TCU, mais que o STJ”, declarou.
O presidente então deu um aviso:
“Nós vamos ceder pra dois ou três, e relativizar a nossa liberdade? Não é que nós vamos resistir, nós não vamos perder essa guerra. E a alma da democracia está no voto. O seu João, a dona Maria têm o direito de saber se o teu voto foi contado”.
Bolsonaro questionou ainda “quem não quer lisura no processo eleitoral” e insistiu na tese de que as Forças Armadas estão ajudando na segurança das eleições deste ano. Em críticas mais direcionadas a decisões do Supremo contra aliados, ele criticou a falta de liberdade “de ir e vir, de opinar, de falar, de questionar, de duvidar, de criticar”. “Por que certas coisas no Brasil você não pode falar nada?”, perguntou.
“Inadmissível um cidadão ser ameaçado, ser preso, como um deputado federal preso, cidadão que emitiu uma opinião com tornozeleira eletrônica, é inadmissível isso acontecer. Sei que todos aqui sabem muito bem do que eu tô falando, e sabem que eu quero paz. Porque o que sempre foi normal ou aconteceu vinha do Executivo, e aqui é o contrário, repito, é o Poder Executivo que luta e resiste até nas questões mais simples”, disse o presidente.
Para completar, ele também tocou no tema da vacinação contra a Covid-19, um dos principais responsáveis pela sua rejeição identificada por pesquisas eleitorais.
“É inadmissível falar em passaporte vacinal, inadmissível. Cadê a liberdade? É inadmissível o Estado ou um outro Poder obrigar o menor que tenha a guarda diretamente ligada ao seu pai ou sua mãe fazer algo que seu pai ou sua mãe não queira, é inadmissível”, afirmou.