É sabido que petistas e bolsonaristas não se bicam.
Tanto quanto é do conhecimento que, juntos, petistas e bolsonaristas, por circunstâncias diversas, agora dividem um “hobby” em comum: não nutrem qualquer simpatia por Sergio Moro.
Essa dobradinha impensável, quem diria, pode chegar aos tribunais.
A defesa de Bolsonaro não descarta utilizar a declaração de Lula desta semana a favor do presidente.
Recapitulando: há um inquérito aberto no STF, no qual Bolsonaro em algum momento será ouvido, para apurar acusação feita por Moro, em abril – quando deixou o governo – de que o presidente tentou interferir politicamente na Polícia Federal e mudar o comando da instituição.
Bolsonaro deu várias declarações, entre as quais de que não recebia informações a contento de investigações em curso e que é prerrogativa sua a escolha do diretor-geral da Polícia Federal.
Nesse ponto, Lula entra na história, a favor de Bolsonaro. Nesta semana, o petista – um mar de mágoas com Moro (razões para lá de conhecidas) – declarou que o presidente tem razão: afirmou que Moro inventou uma “pirotecnia”. E que, sim, o presidente escolhe o chefão da PF.
“É importante lembrar que o presidente da República tem direito de indicar o diretor da Polícia Federal sim”.
Esta frase de Lula divide hoje a turma de Bolsonaro. Uma turma acha boa ideia a sugestão de um assessor de incluí-la na defesa do presidente – seja ela feita de forma presencial ou por escrito.
Afinal, é a palavra de um ex-presidente da República.
Mas, entre a entourage de Bolsonaro, há quem acredite não ser necessário esse recurso. A aposta é que a acusação de Moro não vingue, ainda que gere desgaste o “capitão”.