Na frente de Lula e Lira, Renan cita boicote a Alagoas na gestão Bolsonaro
Em discurso durante evento no sertão do Estado, o senador não citou a presença do presidente da Câmara, seu principal adversário político
Sentado na segunda fileira no palco montado para um evento em São João da Tapera (AL), o senador Renan Calheiros foi chamado há pouco para discursar. Na sua frente estavam, nesta ordem, o governador de Alagoas, Paulo Dantas, o presidente Lula, a primeira-dama Janja e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, seu principal adversário político no Estado.
No início de sua fala, Calheiros cumprimentou Lula e Dantas e, em nome deles, todos os que estão presentes no evento. Na sequência, deu um recado indireto a Lira ao apontar o boicote do governo de Jair Bolsonaro, seu aliado, a Alagoas.
“Esse, presidente, é um momento muito importante para todos nós. A sua vinda a São José da Tapera, ao Sertão de Alagoas, é uma demonstração que o federalismo e a institucionalidade voltaram ao Brasil. Alagoas, durante os últimos seis anos, resistiu firmemente, fez o dever de casa, fez o ajuste fiscal, elevou a sua participação nos investimentos com recursos próprios”, declarou o senador.
“E durante os anos em que não recebia um centavo em obra de infraestrutura estruturante do governo federal, Alagoas se transformou no Estado que mais investiu recursos próprios no Brasil. Hoje, Alagoas é, pelo quarto ano seguido, o Estado que mais cresce no Nordeste brasileiro. Neste último ano, em 2023, nós crescemos 6,5%. Alagoas perdeu apenas para o Mato Grosso do Sul, para o Mato Grosso e para o estado de Tocantins”, complementou.
Na sequência, o ministro dos Transportes e ex-governador de Alagoas, Renan Filho, discursou começou saudando Lula, Janja, Paulo Dantas e “o presidente da Câmara, Arthur Lira”. Senador licenciado, ele lembrou da campanha de 2022, quando pediu votos em Alagoas para eleger o petista ao Planalto, e fez mais uma crítica ao governo Bolsonaro.
“O Brasil vivia um momento muito difícil, muito delicado, estava colocada no Brasil a briga, disseminado o ódio, dividindo famílias e fazendo a economia desse país andar pra trás, mesmo num momento em que a humanidade precisou tanto de união como foi na pandemia da Covid-19, o governo brasileiro teimava em dividir as pessoas, em dividir as famílias”, afirmou Renan Filho.