MP no TCU quer fim de sigilo sobre relação de Moro com consultoria dos EUA
Ofício de procurador ao presidente do Tribunal pede acesso aos processos que citam atuação de ex-juiz da Lava-Jato
O subprocurador-geral do TCU, Lucas Furtado, enviou ofício ao presidente do tribunal de contas, Bruno Dantas, pedindo que os processos no órgão sobre a atuação de Sérgio Moro na Lava-Jato sejam tornados públicos. Segundo Furtado, “diversas peças se encontram com permissões insuficientes para acesso ao conteúdo”.
O foco, de acordo com o procurador, são os processos de Moro contra a Odebrecht e, mais precisamente, na relação do ex-juiz com a firma americana de consultoria Alvarez & Marsal. Em dezembro, Dantas ordenou que a empresa americana revelasse quais serviços o ex-juiz prestou e quanto cobrou por isso.
A consultoria foi a administradora judicial da Odebrecht. Críticos da força tarefa de Curitiba observam que Moro processou a construtora e depois atuou na empresa que geriu a recuperação da então ré, que ficou insolvente justamente por causa dos desdobramentos da Lava-Jato.
“Portanto, venho solicitar e propor a vossa excelência que adote medidas no sentido de tornar público todas as peças dos processos envolvendo o ex-juiz Sérgio Moro, especialmente relacionados à Odebrecht S.A e à empresa Alvarez & Marsal, com ressalvas àquelas que motivadamente devam ser resguardadas sob sigilo”, diz o ofício enviado nesta segunda.