Marcos Pontes, o ministro astronauta que viu outro dia o governo cortar mais de 600 milhões de reais dos recursos de Ciência e Tecnologia, esteve na última terça numa conversa com o deputado do PSL Coronel Tadeu (SP).
Sem muito o que apresentar na sua área neste fim de ano, decidiu divertir-se com a bancada bolsonarista da terra plana. Pontes dava detalhes de como foi sua expedição ao espaço, em 2006, e alfinetou alguns desavisados.
“(…) a órbita da estação espacial é o seguinte: aqui está o planeta. Note que eu estou fazendo um planeta aqui como uma esfera, e é assim”, explicou o astronauta enquanto gesticulava um globo com as mãos. “Para aqueles que ficam acreditando em outras coisas por aí, que a terra é plana, essas bobagens”, disse, rindo.
Em outubro, Pontes classificou como “falta de consideração” o remanejamento multimilionário da fatia do Orçamento que seria destinada ao financiamento de pesquisas na Ciência e Tecnologia — a verba foi redistribuída para outras áreas de sete ministérios a pedido de Paulo Guedes.
O clima ficou ainda mais pesado quando, no mesmo mês, o chefe da Economia chamou o ministro da Ciência de “burro” a interlocutores. Segundo Guedes, Pontes não estava fazendo boa gestão dos recursos da sua pasta.