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Marcado por nepotismo e ingerência política, Refer terá nova direção

Fundo de pensão de ferroviários foi até alvo de operação da PF, ano passado

Por Evandro Éboli Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 11 out 2019, 10h52 - Publicado em 10 out 2019, 19h45
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  • O fundo de pensão dos ferroviários, o Refer (Fundação Rede Ferroviária de Seguridade Social), está passando por mudanças no seu comando que podem significar o rompimento de práticas alvo de críticas dos servidores, como o nepotismo e ingerência política. Isso ocorre há anos, se não décadas.

    Um grupo político ligado ao antigo PR, que voltou a se chamar PL, do ex-deputado Valdemar da Costa Neto, que ainda tem o controle do partido, e do também ex-parlamentar Paulo Feijó (PR-RJ), que cumpre prisão em casa condenado pelo STF no escândalo dos sanguessugas, controla o Refer.

    Há uma lista de pelo menos nove empregados, em cargos como gerência e chefias, parentes de funcionários. São salários que variam de R$ 5 mil a R$ 15 mil. Tem filha de amigo de deputado, compadre de um ex-presidente da Refer que chegou a ser preso, esposa de ex-conselheiro.

    Em maio de 2018, a Refer virou escândalo. A fundação foi alvo da Operação Fundo Perdido, que levou três dirigentes à prisão. Investimentos mal sucedidos teriam causado um prejuízo de R$ 320 milhões.

    O momento é visto pelas patrocinadoras do fundo – que reúne funcionários da extinta RFFSA, CBTU, CPTM, Central, entre outras – como ímpar para arrumar a casa. Querem passar a borracha e vida nova. Sem nepotismo e politicagem.

    No final de agosto, houve uma renovação de 50% dos 6 conselheiros, que assumiriam em setembro. O Conselho Deliberativo é o órgão gestor máximo. Essa nova composição do conselho deveria escolher a nova diretoria, formada por três pessoas. Só que não foi bem assim. O ainda velho conselho, que parte dele estava de saída, manteve a velha diretoria, cujo mandato é de quatro anos. O sindicato da categoria protestou.

    A atual presidente do conselho, Renata Mary Vasconcelos, diante desse cenário, concedeu um mês de mandato provisório para esses diretores antigos e marcou para esta sexta reunião que deve reformular o comando do fundo.

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    O atual presidente da Refer, Manoel Geraldo Costa, foi uma indicação de Valdemar.

    O Refer tem um patrimônio líquido de R$ 5,6 bilhões e cerca de 34 mil associados em todo o país.

    Na operação da Polícia Federal, do Ministério Público Federal e da Previc (responsável pelos fundos de pensão) do ano passado, três então diretores foram presos. Eles entraram na Justiça para que a Refer custeasse os honorários de seus advogados de defesa, mas o pedido foi negado. Respondem por gestão fraudulenta e formação de quadrilha.

    OUTRO LADO

    A Refer negou, por intermédio de sua assessoria de imprensa, interferência política na indicação de seus diretores. Informa que, após o afastamento da diretoria em maio de 2018, quando ocorreu a Operação Fundo Perdido, a nova direção foi escolhida por um processo seletivo.

    A fundação informou ainda que a posse dos novos diretores, reconduzidos pelo conselho em agosto, será confirmado na reunião desta sexta.

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    Segue a íntegra a nota da Refer:

    “Após o afastamento da diretoria anterior, em maio de 2018, o Conselho Deliberativo da Fundação REFER conduziu um processo seletivo, por meio de empresa de mercado, para recrutar três profissionais idôneos para a Diretoria Executiva. Não houve, portanto, nenhuma interferência política no recrutamento e seleção de diretores. Ao fim do mandato de complementação, encerrado em agosto de 2019, o Conselho reconduziu a atual Diretoria para um novo mandato de quatro anos. Após a revalidação obrigatória dos dirigentes pela Previc, a posse dos diretores para o período de 2019 a 2023 deverá ocorrer hoje, durante a reunião do Conselho”.

     

     

     

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