Lula vota em SP e critica candidatos que só provocam e inventam histórias
O presidente votou em uma escola estadual de São Bernardo do Campo (SP)
O presidente Lula votou na manhã deste domingo, em uma escola estadual de São Bernardo do Campo (SP), e na sequência fez um pronunciamento à imprensa.
Sem citar nenhum nome, ele criticou o “surgimento de candidatos que não tem nenhum compromisso com ninguém a não ser provocar, a não ser falar mentira, a não ser falar fake news, a não ser inventar histórias” — em uma referência indireta ao candidato à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), que divulgou na sexta-feira, em suas redes sociais, um prontuário falso de Guilherme Boulos (PSOL), apoiado pelo petista.
“Hoje é um dia muito especial para a democracia brasileira. Eu sempre acho que eleição é o momento mais extraordinário do povo dizer o que quer, como quer e para que quer. É o momento do povo se manifestar. Muitas vezes a gente, enquanto povo, erra, muitas vezes a gente acerta. O que é importante é que o processo eleitoral e a democracia, que tanto nós necessitamos dela, nos dá a oportunidade de a cada dois anos a gente corrigir o nosso erro”, declarou o presidente no início da sua fala.
“A gente pode votar errado para presidente, pode votar errado para governador. Quando chega dois anos depois, a gente tem que corrigir votando em prefeitos que a gente acredita que são pessoas que vão melhorar a vida da cidade de vocês. Aqui tem um conjunto deles que vocês conhecem na prática, o que já foi feito no ABC [Paulista]. E a mesma coisa vale quando você erra para o prefeito. Dois anos depois você tem a eleição para governador e para presidente que você pode corrigir. E esse momento é um momento extraordinariamente bonito”, complementou.
Para Lula, a beleza é a possibilidade de as pessoas compreenderem quem é quem, quem tem programa para a cidade, quem fala em governar a cidade com seriedade, em cuidar das pessoas, em respeitar a questão de gênero, das mulheres, dos negros, dos LGBTQIA+. “Ou seja, há uma série de palavras, uma série de coisas que conduzem a pessoa a votar”, comentou.
“E tem agora a fake news, tem agora a quantidade de mentiras, tem agora a quantidade de provocações, tem agora o surgimento de candidatos que não tem nenhum compromisso com ninguém a não ser provocar, a não ser falar mentira, a não ser falar fake news, a não ser inventar histórias, como vocês têm acompanhado pela imprensa”, afirmou o petista.
Ele então disse esperar que sua votação neste domingo “simbolize para o povo brasileiro a possibilidade de a gente escolher aquilo que a gente tem de melhor”. “É importante que a gente conheça a biografia das pessoas, é importante que a gente saiba o que as pessoas fizeram ontem, antes de ontem, o que a pessoa fez durante a sua vida inteira, porque é isso que calça a pessoa para poder dizer para nós o que ele vai fazer no futuro”, acrescentou.
“É com essa fé que eu estou votando, é com essa fé que eu votei no meu candidato a prefeito, é com essa fé que eu escolhi meu vereador, sempre na perspectiva de que, enquanto existir democracia, existirá o direito do povo escolher, por bem ou por mal, é o povo que vai escolher. E se ele tiver boas informações, ele sempre vai escolher para o bem, porque a gente não pode permitir que o povo vote desinformado, que a gente vote sem que a gente saiba em quem que a gente está votando”, disse.
Lula então lembrou que hoje é o dia do seu aniversário segundo o registro feito por seu pai, mas que comemora no dia 27 de outubro, porque sua mãe sempre disse que ele nasceu nesta data. E pediu, em tom de brincadeira, que os profissionais da imprensa que ainda não votaram e queiram lhe dar um presente, votem nos “nossos candidatos”, agora ou no segundo turno.
Ao fim da sua fala, o presidente foi questionado se vai aumentar os esforços para regular as mídias sociais no Congresso, já que há um projeto sobre esse tema parado no Legislativo.
“Olha, o que estiver parado no Congresso, depois vocês podem ir a Brasília perguntar para o [Arthur] Lira ou para o [Rodrigo] Pacheco”, desconversou Lula.