Lula se derrete por Haddad na abertura de reunião ministerial
O presidente exaltou atuação do ministro da Fazenda para aprovar PEC da Transição, no fim de 2022, e reforma tributária, que será promulgada nesta quarta

No começo da fala de abertura da quarta e última reunião ministerial do ano, iniciada com quase uma hora de atraso na manhã desta quarta-feira, 20, o presidente Lula exaltou a atuação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para aprovar a PEC da Transição, no final do ano passado, ainda no governo de Jair Bolsonaro, e a reforma tributária, que será promulgada pelo Congresso na tarde desta quarta.
“Em dezembro de 2022, poucas pessoas no mundo acharam que a gente pudesse chegar no final de 2023 do jeito que nós estamos chegando. Nós estamos chegando numa situação, eu diria, muito boa. Não é uma situação excepcional porque nós sempre queremos mais, mas acho que nós chegamos numa situação excepcional se a gente levar em conta a realidade que nós pegamos esse país”, declarou Lula, no Palácio do Planalto.
“A gente nunca pode esquecer que a gente teve que começar a governar praticamente um mês e meio antes de tomarmos posse, com a PEC da Transição. Eu quero começar agradecendo aos líderes no Congresso, na Câmara, no Senado, ao trabalho que fizeram os ministros, sobretudo o Haddad, tentando negociar a PEC da Transição”, complementou.
“Colhendo o que foi plantado”
O presidente lembrou do encontro que teve com a diretora-geral do FMI em Hiroshima, no Japão, na Cúpula do G7, em maio, e comentou que ela lhe disse que a economia brasileira iria crescer apenas 0,8%.
“E eu dizia pra ela: ‘A senhora está errada, eu espero que a senhora vá ao Brasil no final do ano, que a senhora vai ver que as coisas são diferentes, e o Brasil vai crescer um pouco mais’. E o que nós estamos colhendo hoje é um pouco daquilo que foi plantado, aquilo que a gente dizia desde o começo. Pra você ter uma boa governança, você precisa ter credibilidade, você precisa ter estabilidade política, jurídica, social, e você precisa ter uma coisa chamada previsibilidade. Ninguém quer enganar ninguém. A gente quer um país em que tudo dê certo pra todos”, relatou o petista.
Na sequência, ele disse que é preciso enaltecer o “trabalho extraordinário da aprovação das coisas que nós conseguimos aprovar no Congresso Nacional”.
“É importante a gente comemorar o feito extraordinário da aprovação da primeira política de reforma tributária aprovada num regime democrático, num Congresso Nacional onde partidariamente todos os partidos são de médios para baixo, não tem nenhum partido com 200 deputados, com 150 deputados. E nós conseguimos isso apenas colocando em prática a arte da negociação. Negociação muitas vezes mal interpretada, negociação muitas vezes, eu diria, acusada de coisa de menor nível, dizendo que o governo estava conversando com fulano, com beltrano, que o governo estava conversando com o Centrão, que estava conversando não sei com quem. E eu sempre fazia questão de dizer que no nosso governo a gente não conversa com o Centrão, a gente conversa com partidos, a gente conversa com todos os partidos que têm deputados na Câmara dos Deputados, todos os partidos que têm senador. A gente não pergunta de que partido é a pessoa, a gente leva a proposta, e em cima daquela proposta a gente estabelece as conversações necessárias”, afirmou.
Lula então disse que queria começar a reunião dando os parabéns à capacidade de negociação dos líderes do governo na Câmara, no Senado e no Congresso e à “capacidade de articulação do companheiro Haddad, que conseguiu o feito inusitado de aprovar uma reforma tributária”.