Lula lança Plano Safra com R$ 23,3 bilhões a mais que no ano passado
Setor aguarda novo anúncio de financiamento para pequenos agricultores nesta quarta
Lula anunciou nesta terça-feira o Plano Safra, que inicia em julho e vai até junho de 2024. O programa vai destinar mais de 364 bilhões de reais à atividade agropecuária. O valor é 6,8% superior aos recursos destinados no ano passado e chega próximo às reivindicações do setor que estimaram o financiamento de cerca de 400 bilhões de reais.
Em maio, representantes do governo, do Banco do Brasil e da Febraban se reuniram com deputados da Comissão de Agricultura. Na ocasião, o secretário-adjunto de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wilson Vaz de Araújo, disse que o novo Plano Safra deveria contemplar a expectativa do setor, mas alertou sobre a possível falta de orçamento.
“A demanda para o Plano Safra, conforme entidades e estudos nossos, alcança algo em torno de 400 bilhões de reais”, disse. “Neste momento, porém, não temos orçamento próprio, e as fontes de financiamento disponíveis ainda não alcançam todas essas necessidades”, acrescentou Wilson Araújo.
Nesta segunda-feira, ministros se reuniram com a bancada ruralista. Os parlamentares pediram a ministros reforço nas políticas de armazenagem e seguro rural e ainda esperam o apoio a pequenos e médios agricultores.
“Amanhã (quarta-feira) tem o anúncio do complemento, que é para a agricultura familiar. Serão mais 77 bilhões de reais. Isso significa que o número global vai para casa de 440 bilhões. Então, está dentro daquilo que nós tínhamos de expectativa. Queríamos mais, óbvio, mas achamos que demos esse passo”, afirmou o deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), da Frente Parlamentar Agrícola.
Em seu podcast semanal, Lula citou a implementação do programa de financiamento agrícola. Ele comentou sobre as condições do Plano Safra em meio a criticas ao presidente do Banco Central e à taxa básica de juros.
“O Plano Safra será 364 bilhões de reais, a uma média, eu não sei o total, de 10% de juro ao ano. É caro. É muito caro. Esse juro poderia ser mais barato. Mas é que tem um cidadão no Banco Central, que a gente não sabe quem pôs ele lá, que traz os juros em 13,75%”.