Lula ganha tempo na discussão sobre o salário mínimo
Governo cria grupo de trabalho com ministérios e centrais sindicais para definir reajuste em até 90 dias
Lula ganhou tempo na discussão do salário mínimo e o governo agora tem até 90 dias para negociar com as centrais sindicais a proposta de uma nova política de reajuste do piso nacional.
Nesta quarta, durante encontro com sindicalistas, o governo formalizou a criação de um grupo composto por representantes dos movimentos de trabalhadores e por diversos ministérios irá formulará em 45 dias prorrogáveis por mais 45 dias a proposta para o reajuste do mínimo. Inicialmente, as centrais pediam um reajuste já em março.
Entre as pastas que participarão das discussões estão a Fazenda, o Trabalho, a Previdência e o Planejamento. Como o Radar mostrou na manhã desta quarta, os sindicatos querem um aumento maior do que o que o governo estava disposto a dar.
Lula disse que a proposta que será pactuada com as centrais será em seguida apresentada ao Congresso. Ele disse que o caminho legislativo é uma forma de garantir a sustentabilidade das mudanças.
O presidente pediu paciência aos sindicalistas nas discussões sobre o mínimo e, para ilustrar o pedido, lembrou de um episódio ocorrido por ocasião da sua prisão em 1980 pela ditadura militar. Por uma semana, ele e os seus companheiros fizeram greve de fome em apoio aos metalúrgicos do ABC. Ele contou que assim que deixaram a greve de fome, foram impedidos por ordem médicas de comerem frango assado. Para evitar o choque no organismo, foram orientados a tomarem meio copo de suco de mamão, disse o presidente.
“Eu estou dizendo isso pra lembrar vocês que eu estou sentindo que vocês estão com sede de democracia. Vocês estão com sede de participação, porque vocês sabem que a gente não pode fazer tudo de uma vez ou tudo em uma hora só. Vocês sabem que o nosso lema é união e reconstrução desse país. Nos pegamos um país semidestruído”, afirmou.