Lula diz que Rússia invadiu a Ucrânia por ‘falta de direção na ONU’
Em sua live semanal, o presidente destacou a inclusão da defesa da renovação do Conselho de Segurança das Nações Unidas na carta da Cúpula dos Brics

O presidente Lula afirmou nesta terça, em sua live semanal, que a invasão da Ucrânia pela Rússia, em fevereiro do ano passado, ocorreu por “falta de direção na ONU”. Ele comentava que o Brasil “brigou muito” para incluir um artigo na Carta da Cúpula dos Brics em defesa da reforma do Conselho de Segurança da organização intergovernamental, como mostrou o Radar na edição que está nas bancas.
O órgão tem apenas cinco membros permanentes (China, Estados Unidos, Reino Unido, França e Rússia) e Lula defende a entrada de outros países “para poder dar mais representatividade” à Organização das Nações Unidas.
“A ONU de 1945 não representa mais o que é o mundo de hoje. Então o Brasil quer entrar, a África tem países pra entrar, a América Latina tem outros países, a Ásia tem, a Alemanha quer entrar, a Índia… então essa discussão também foi muito importante e conseguiu passar a tese do Brasil de que a gente vai discutir muito, é até uma das coisas que eu pretendo falar com o Biden quando eu for a Nova York é sobre a questão do Conselho de Segurança”, afirmou, em referência à Assembleia Geral das Nações Unidas, que vai ocorrer de 19 a 23 de setembro.
Lula disse estar falando isso desde 2003, quando assumiu a Presidência pela primeira vez, e que voltará a falar porque está percebendo que a ONU perdeu representatividade. E que, na questão climática, “se você não tiver uma governança forte, não resolve”.
“A guerra da… a invasão da Ucrânia pela Rússia é falta de direção na ONU, porque só os países que estão no Conselho de Segurança fazem guerra. A Rússia, os Estados Unidos, a França e a Inglaterra contra a Líbia, ou seja, então é preciso ter países para que a gente possa controlar… não era preciso ter guerra, você pode fazer uma negociação antes de começar a guerra. Depois que começa a briga, é mais difícil parar, mas se você tem paciência de negociar antes, é possível a gente fazer um acordo”, comentou.
“E eu tô nessa tese. Eu, na verdade, tô na tese em busca de paz, eu não quero saber de guerra, a guerra minha aqui nesse país é contra a desigualdade, é contra a fome, é contra o desemprego, é para melhorar a qualidade da educação, da saúde, isso é que é a minha obsessão de brigar, essa é a razão pela qual eu voltei para reconstruir o processo democrático e a conquista da qualidade de vida das pessoas, que é o que as pessoas mais sonham”, concluiu o presidente.