No discurso que faz neste momento na COP27, no Egito, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que a sobrevivência da Amazônia e, por consequência, do planeta, dependia da sua vitória contra Jair Bolsonaro nas urnas.
“O Brasil acaba de passar por uma das eleições mais decisivas da sua história, uma eleição observada com atenção inédita pelos demais países. Primeiro, porque ela poderia ajudar a conter o avanço da extrema direita autoritária e antidemocrática e do negacionismo climático no mundo, e também porque do resultado da eleição no Brasil dependia não apenas a paz e o bem-estar do povo brasileiro, mas também a sobrevivência da Amazônia e, portanto, a sobrevivência do nosso planeta”, declarou Lula.
“Ao final de uma disputa acirrada, o povo brasileiro fez a sua escolha e a democracia venceu. Com isso, voltam a vigorar os valores civilizatórios, o respeito aos direitos humanos e o compromisso de enfrentar com determinação a mudança climática. O Brasil já mostrou ao mundo o caminho para derrotar o desmatamento e o aquecimento global. Entre 2004 e 2012, reduzimos a taxa de devastação da Amazônia em 83%, enquanto o PIB agropecuário crescia 75%”, complementou o petista, exaltando os resultados ambientais dos seus dois primeiros mandatos e de dois anos do governo de Dilma Rousseff.
Sem citar o nome de Bolsonaro, Lula continuou dizendo que infelizmente o Brasil enfrenta desde 2019 “um governo desastroso em todos os sentidos”:
“No combate ao desemprego e às desigualdades, na luta contra a pobreza e a fome, no descaso com a pandemia que matou 700 mil brasileiros e brasileiras, no desrespeito aos direitos humanos, na sua política externa que isolou o país do resto do mundo e também na devastação do meio ambiente. Não por acaso, a frase que mais tenho ouvido dos líderes de diferentes países é a seguinte: ‘O mundo sente saudades do Brasil'”, afirmou.
Depois das críticas ao atual presidente, que não compareceu à COP27 e está recluso no Palácio da Alvorada desde que foi derrotado nas urnas, Lula mandou um recado para a comunidade internacional:
“Quero dizer pra vocês que o Brasil está de volta. Está de volta para reatar os laços com o mundo e ajudar novamente a combater a fome no mundo, para cooperar outra vez com os países mais pobres, sobretudo na África, com investimento em transferência de tecnologia. Para estreitar novamente relações com os nossos irmãos latino-americanos e caribenhos e construir junto com eles um futuro melhor para os nossos povos. Para lutar por um comércio justo entre as nações e pela paz entre os povos. Voltamos para ajudar a construir uma ordem mundial pacífica, assentada no diálogo, no multilateralismo e na multipolaridade”, declarou.