Líder do PT na Câmara depõe à PF em inquérito contra Eduardo Bolsonaro
Lindbergh Farias diz ter ‘extenso rol de documentos’ que, segundo ele, comprovariam ações do filho de Jair Bolsonaro contra o STF e a soberania nacional

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), vai depor à Polícia Federal (PF) nesta segunda-feira, às 15h, como parte do inquérito aberto pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, contra o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), a pedido do procurador-geral da República, Paulo Gonet.
Vivendo em Dallas, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro tem atuado, nos bastidores, para que o governo Donald Trump adote sanções formais contra Moraes, incluindo restrições de entrada nos Estados Unidos e bloqueio de movimentações financeiras do escritório de sua mulher, Viviane.
Na última quarta-feira, o secretário de Estado americano, Marco Rubio, anunciou uma nova política de visto que tem como alvo estrangeiros que “censuram” cidadãos do seu país, mas sem citar Moraes. Há alguns dias, no entanto, Rubio havia dito durante audiência na Câmara de Representantes que o ministro poderia ser alvo de sanções.
Autor da representação que ensejou o pedido da PGR ao Supremo para abrir o inquérito, Lindbergh afirma ter reunido registros de “inúmeras publicações em redes sociais” de Eduardo para “comprovar” que o deputado do PL “espalha mentiras” para tentar influenciar a investigação do golpe contra seu pai e “atenta contra a soberania nacional”.
Formalmente, Gonet quer investigar Eduardo Bolsonaro por crimes de coação no curso do processo, obstrução à justiça e abolição do Estado Democrático de Direito.
Lindbergh diz que vai apresentar à PF “documentos, vídeos e textos com diversas declarações” dadas por Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos, “frontalmente contrárias aos interesses nacionais, ao STF e ao ministro Alexandre de Moraes”.
Para o líder do PT na Câmara, Eduardo Bolsonaro, ao espalhar mentiras sobre as instituições brasileiras e a democracia no País, pratica coação no curso do processo contra o STF durante o julgamento dos envolvidos na tentativa de golpe de Estado entre 2022 e 8 de janeiro de 2023.
A seu ver, o deputado licenciado está “tentando proteger o pai dele e atentando contra a soberania nacional”.