A juíza Bruna Richa Cavalcanti de Albuquerque, da 4ª Vara Cível de Curitiba, rejeitou pedido de decisão liminar do árbitro de futebol Rafael Traci, da CBF, para obrigar o acionista majoritário da SAF do Botafogo, John Textor, a remover publicações que o citavam no Instagram e proibir o empresário de mencionar seu nome em futuras postagens.
Na ação de indenização contra o norte-americano, Traci também cobra 100.000 reais em danos morais pelos vídeos no Instagram em que Textor o acusa de ter manipulado o jogo Botafogo 3 x 4 Palmeiras, pelo Brasileirão, em novembro de 2023. Traci comandou a equipe do VAR naquela partida.
“Os comentários e denúncias realizados pelo réu atacam diretamente o autor, vindo a macular a sua honra, imagem e ética de trabalho”, afirma o advogado do árbitro, Eduardo de Vargas Neto, na petição inicial.
Em sua decisão, a magistrada argumenta que, a princípio, no caso que é objeto da ação de Traci, os direitos constitucionais da livre manifestação do pensamento se sobrepõem aos da inviolabilidade da honra e da imagem.
Antes da rejeição da liminar, os advogados João Marçal Martins, Diego Galvão e Beatriz Riche Estill, do escritório Campos Mello, que representam John Textor, fizeram uma manifestação prévia à juíza em que afirmaram que “a manipulação do VAR operada pelo SR. TRACI, que levou à aplicação indevida de um cartão vermelho, já foi reconhecida como manipulação de resultado pelos Senadores durante a CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas”.
“Inclusive, o SR. TRACI nem sequer poderia alegar que o SR. TEXTOR o expôs indevidamente no Instagram, ocasionando-lhe dano. Como dito anteriormente, a CBF e diversos Senadores fizeram declarações públicas – antes da postagem do SR. TEXTOR – de que as decisões polêmicas do SR. TRACI (incluindo o cartão vermelho aplicado durante o jogo Botafogo x Palmeiras) seriam investigadas. Qualquer dano à reputação do Autor – se houver – é exclusivamente atribuível a suas próprias ações”, diz a defesa do norte-americano.
Agora, o tribunal vai marcar uma audiência de conciliação entre Traci e Textor no Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) de Curitiba.