José Dirceu comentou nesta terça-feira a última ‘troca de farpas’ entre Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB) sobre o impeachment da petista.
À jornalista Rosiene Carvalho, da BandNews Difusora FM, o ex-ministro da Casa Civil disse que Dilma “fez bem em falar” e que houve, de fato, um golpe.
Na última semana, Temer afirmou que sua antecessora é pessoa “honestíssima” e que a cassação só aconteceu porque ela tinha “dificuldades de se relacionar” com o Congresso. Dilma rebateu. Disse que a história não perdoa traição e que o emedebista tenta de todas as formas se livrar da pecha de “golpista”.
“Certas coisas não se pode apagar. Houve um golpe. Ele era vice-presidente, e a Dilma jamais violou a Constituição (…) Foi uma cassação política com anuência do Poder Judiciário, um golpe parlamentar-judicial”, disse à rádio.
Dirceu comparou o “injusto” destino de Dilma à sua própria condenação no Mensalão — o qual afirmou não ter existido — e explicou o que está em jogo na aliança do PT com o MDB nas eleições deste ano.
Para o petista, a discordância de importantes alas do partido sobre a candidatura de Simone Tebet à Presidência — e o apoio ao ex-presidente Lula (PT) — são um indicativo do rumo que a legenda deverá tomar.
“É um bloco do MDB que optou por apoiar o presidente Lula porque acha que é necessário vencer Jair Bolsonaro, e não ter uma candidatura própria. Lógico que é a convenção do MDB que vai resolver, ele é soberano, e cada um vai tomar a atitude que acha e vai sofrer as consequências disso. Vão fazer o que, vão expulsá-los? Mas aí acaba o MDB”, disse Dirceu.